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Ibuprofeno: por que tomar remédio para dor todo dia pode ser perigoso

Apesar de seguro, o medicamento não está isento de efeitos colaterais, sobretudo quando o consumo é diário Imagem: Arte UOL

De VivaBem*, em São Paulo

19/06/2024 11h47

Uma publicação repercutiu no X (antigo Twitter) com uma dica para tratar cólicas menstruais: "Meninas, pra quê pagar 20 conto em Buscopan composto pra cólica se podemos pagar 10 no Ibuprofeno 600mg? O básico é chic, certeiro e barato", escreveu uma internauta.

Nos comentários, algumas pessoas alertaram sobre os riscos do analgésico que, embora eficaz, pode causar danos a longo prazo com uso frequente.

O que é ibuprofeno

Considerado o mais seguro e bem tolerado entre os remédios da sua classe. O ibuprofeno é um MIP (medicamento isento de prescrição), ou seja, pode ser comprado na farmácia sem receita médica.

O medicamento pode ser usado em diferentes situações. Entre farmacêuticos e médicos, ele é conhecido como um AINE (anti-inflamatório não esteroidal), uma classe de medicamentos que possui ações antitérmica, analgésica e anti-inflamatória.

Deve ser usado racionalmente, de forma apropriada, na dose certa e por tempo adequado. O fármaco pode ser usado para aliviar os seguintes sintomas:

  • Dor de cabeça;
  • Mal-estar da gripe comum;
  • Dor muscular;
  • Dor reumatológica;
  • Febre;
  • Dor nas costas;
  • Dor de dente;
  • Cólica menstrual.

Quais os possíveis riscos do ibuprofeno

Apesar de seguro, o medicamento não está isento de efeitos colaterais, sobretudo quando o consumo é diário. O uso do ibuprofeno pode acarretar:

  • Dor de cabeça;
  • Náusea;
  • Tontura;
  • Má digestão.

Por vezes, os efeitos colaterais podem ser mais graves. Interrompa o uso do medicamento e procure ajuda médica imediatamente se você observar os seguintes sintomas:

  • Fraqueza, vômito com sangue, fezes escuras ou com sangue;
  • Piora da dor ou dor com duração superior a 10 dias;
  • Piora da febre ou duração por mais de 3 dias;
  • Agravamento ou continuidade da dor de estômago;
  • Dificuldade para urinar;
  • Descontrole de pressão arterial.

O que acontece ao tomar todo dia?

Os analgésicos isentos de prescrição são os mais utilizados por meio da automedicação. Os seus efeitos colaterais são bastante conhecidos, e tais reações podem prejudicar os sistemas renal, cardiovascular, hepático, hematológico, sem falar da mucosa gástrica.

O uso indiscriminado e contínuo pode agravar ou facilitar o surgimento de algum outro problema de saúde. Os principais efeitos do consumo diário de analgésicos são:

  • Tolerância: você pode precisar de doses cada vez mais altas;
  • Problemas renais e hepáticos: um dos efeitos mais temidos do mau uso de analgésicos é a lesão renal aguda, que está relacionada à pré-existência de fatores de risco como diabetes e hipertensão, ou alguma doença renal. E como os AINEs são metabolizados pelo fígado, o uso contínuo sem orientação de profissionais da saúde poderá induzir o aparecimento de toxicidade para as células do órgão.
  • Hemorragia: isso pode acontecer porque, para aliviar a dor, esse fármaco também interfere na agregação das plaquetas, células sanguíneas encarregadas da formação inicial de coágulo para cessar sangramentos. Com a coagulação inibida, o risco para sangramentos aumenta, especialmente no sistema gastrointestinal.

Dicas de uso seguro

Apesar do fácil acesso aos analgésicos e anti-inflamatórios que aliviam a dor, lembre que a cada tipo de dor corresponde um tratamento específico. Por isso, a automedicação pode não trazer benefício algum e ainda agravar doenças não diagnosticadas.

Confira dicas para aumentar a segurança do uso racional desse tipo de medicamento:

Consulte um profissional da área da saúde (médico ou farmacêutico) antes de iniciar o uso de qualquer analgésico.

Esteja atento às orientações. Se for o caso, anote em um papel ou no celular a dose recomendada, a frequência de uso e a duração do tratamento.

Utilize somente a dose prescrita, sem aumentá-la por conta própria.

Informe ao profissional o uso de outras medicações, incluindo outros analgésicos. A depender do tipo destes, pode haver interação —ou seja, os medicamentos podem ter seus efeitos potencializados ou reduzidos.

Informe ao profissional alguma reação anterior a outros analgésicos.

Fique atento ao aparecimento de sintomas como dor de estômago, náuseas, vômitos, tonturas, sonolência, erupções cutâneas, etc. Caso perceba qualquer efeito estranho, informe imediatamente o seu médico.

Evite tomar medicamentos prescritos para outras pessoas e não indique os seus para elas. Cada indivíduo pode ter necessidades e reações diferentes.

Evite o consumo de álcool enquanto estiver tomando analgésicos, pois isso pode aumentar o risco de efeitos colaterais e danos ao fígado.

Seja crítico em relação a conselhos de amigos, familiares ou informações da internet. Confie apenas na orientação de profissionais da saúde.

Procure ajuda médica imediatamente, caso apresente alguma reação adversa grave (dificuldade em respirar, inchaço ou outros sintomas diferentes).

*Com informações de reportagens publicadas em 20/12/2022 e 29/08/2023

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