Ibuprofeno: por que tomar remédio para dor todo dia pode ser perigoso

Uma publicação repercutiu no X (antigo Twitter) com uma dica para tratar cólicas menstruais: "Meninas, pra quê pagar 20 conto em Buscopan composto pra cólica se podemos pagar 10 no Ibuprofeno 600mg? O básico é chic, certeiro e barato", escreveu uma internauta.

Nos comentários, algumas pessoas alertaram sobre os riscos do analgésico que, embora eficaz, pode causar danos a longo prazo com uso frequente.

O que é ibuprofeno

Considerado o mais seguro e bem tolerado entre os remédios da sua classe. O ibuprofeno é um MIP (medicamento isento de prescrição), ou seja, pode ser comprado na farmácia sem receita médica.

O medicamento pode ser usado em diferentes situações. Entre farmacêuticos e médicos, ele é conhecido como um AINE (anti-inflamatório não esteroidal), uma classe de medicamentos que possui ações antitérmica, analgésica e anti-inflamatória.

Deve ser usado racionalmente, de forma apropriada, na dose certa e por tempo adequado. O fármaco pode ser usado para aliviar os seguintes sintomas:

  • Dor de cabeça;
  • Mal-estar da gripe comum;
  • Dor muscular;
  • Dor reumatológica;
  • Febre;
  • Dor nas costas;
  • Dor de dente;
  • Cólica menstrual.

Quais os possíveis riscos do ibuprofeno

Apesar de seguro, o medicamento não está isento de efeitos colaterais, sobretudo quando o consumo é diário. O uso do ibuprofeno pode acarretar:

  • Dor de cabeça;
  • Náusea;
  • Tontura;
  • Má digestão.
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Por vezes, os efeitos colaterais podem ser mais graves. Interrompa o uso do medicamento e procure ajuda médica imediatamente se você observar os seguintes sintomas:

  • Fraqueza, vômito com sangue, fezes escuras ou com sangue;
  • Piora da dor ou dor com duração superior a 10 dias;
  • Piora da febre ou duração por mais de 3 dias;
  • Agravamento ou continuidade da dor de estômago;
  • Dificuldade para urinar;
  • Descontrole de pressão arterial.

O que acontece ao tomar todo dia?

Os analgésicos isentos de prescrição são os mais utilizados por meio da automedicação. Os seus efeitos colaterais são bastante conhecidos, e tais reações podem prejudicar os sistemas renal, cardiovascular, hepático, hematológico, sem falar da mucosa gástrica.

O uso indiscriminado e contínuo pode agravar ou facilitar o surgimento de algum outro problema de saúde. Os principais efeitos do consumo diário de analgésicos são:

  • Tolerância: você pode precisar de doses cada vez mais altas;
  • Problemas renais e hepáticos: um dos efeitos mais temidos do mau uso de analgésicos é a lesão renal aguda, que está relacionada à pré-existência de fatores de risco como diabetes e hipertensão, ou alguma doença renal. E como os AINEs são metabolizados pelo fígado, o uso contínuo sem orientação de profissionais da saúde poderá induzir o aparecimento de toxicidade para as células do órgão.
  • Hemorragia: isso pode acontecer porque, para aliviar a dor, esse fármaco também interfere na agregação das plaquetas, células sanguíneas encarregadas da formação inicial de coágulo para cessar sangramentos. Com a coagulação inibida, o risco para sangramentos aumenta, especialmente no sistema gastrointestinal.
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Dicas de uso seguro

Apesar do fácil acesso aos analgésicos e anti-inflamatórios que aliviam a dor, lembre que a cada tipo de dor corresponde um tratamento específico. Por isso, a automedicação pode não trazer benefício algum e ainda agravar doenças não diagnosticadas.

Confira dicas para aumentar a segurança do uso racional desse tipo de medicamento:

Consulte um profissional da área da saúde (médico ou farmacêutico) antes de iniciar o uso de qualquer analgésico.

Esteja atento às orientações. Se for o caso, anote em um papel ou no celular a dose recomendada, a frequência de uso e a duração do tratamento.

Utilize somente a dose prescrita, sem aumentá-la por conta própria.

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Informe ao profissional o uso de outras medicações, incluindo outros analgésicos. A depender do tipo destes, pode haver interação —ou seja, os medicamentos podem ter seus efeitos potencializados ou reduzidos.

Informe ao profissional alguma reação anterior a outros analgésicos.

Fique atento ao aparecimento de sintomas como dor de estômago, náuseas, vômitos, tonturas, sonolência, erupções cutâneas, etc. Caso perceba qualquer efeito estranho, informe imediatamente o seu médico.

Evite tomar medicamentos prescritos para outras pessoas e não indique os seus para elas. Cada indivíduo pode ter necessidades e reações diferentes.

Evite o consumo de álcool enquanto estiver tomando analgésicos, pois isso pode aumentar o risco de efeitos colaterais e danos ao fígado.

Seja crítico em relação a conselhos de amigos, familiares ou informações da internet. Confie apenas na orientação de profissionais da saúde.

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Procure ajuda médica imediatamente, caso apresente alguma reação adversa grave (dificuldade em respirar, inchaço ou outros sintomas diferentes).

*Com informações de reportagens publicadas em 20/12/2022 e 29/08/2023

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