Choque séptico: entenda a complicação que causou a morte de Chrystian
De acordo com boletim divulgado pelo Hospital Samaritano Higienópolis, o cantor Chrystian, 67, morreu em decorrência de um choque séptico em decorrência de pneumonia agravada por comorbidades.
Chrystian chegou a ser internado para fazer um transplante em fevereiro. O cantor, que tinha um rim policístico, receberia o órgão da esposa, Key Vieira.
A cirurgia foi adiada para outubro. Não foi possível realizar o transplante porque, durante os exames pré-operatórios, os médicos precisaram fazer um cateterismo — e, para isso, Chrystian precisou tomar remédios anticoagulantes que "afinam" o sangue. Essa medicação impossibilitou a realização de cirurgias por seis meses.
O choque séptico
A sepse é a principal causa de morte nas unidades de terapia intensiva (UTIs) brasileiras. Entre os pacientes que evoluem para a forma grave da doença, 40% morrem. Ela é uma doença que resulta de uma reação exagerada do corpo a algum tipo de infecção causada por vírus, bactéria ou fungo.
"Estudos sugerem que os sobreviventes da sepse têm risco seis vezes maior de desenvolver infecções graves quando comparados a indivíduos que nunca tiveram a doença. Eles ficam suscetíveis até mesmo a patógenos oportunistas, que não costumam causar problemas em pessoas saudáveis. Nós estamos começando a entender por que isso acontece", diz à Agência FAPESP José Carlos Farias Alves Filho, professor da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador de um estudo sobre o tema que acaba de ser divulgado na revista Immunity.
Por que a sepse acontece
Toda vez que ocorre uma infecção —que pode ser uma simples gripe — o sistema de defesa de seu corpo entra em ação para combater a doença, provocando uma inflamação local. Você, então, pode ter uma febre, sentir-se cansado. Em alguns dias, porém, se sente melhor e volta à vida normal.
Entretanto, pode acontecer de essa resposta ser desregulada e, de alguma forma, ela passa a prejudicar o seu organismo. Isso é a sepse: uma resposta sistêmica à infecção.
Do ponto de vista clínico, a doença é reconhecida quando se verifica uma disfunção orgânica, ou seja, existe uma infecção urinária e ela já afetou outro órgão como o rim, pulmão, cérebro, fígado etc.
As infecções mais comuns que podem levar à sepse
- Pneumonia (35%);
- Infecção do trato urinário (bexiga, rins) (25%);
- Infecção intestinal (11%);
- Infecção de pele (11%).
Com informações de reportagens de setembro de 2021 e agosto de 2019.
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