Duas vezes mais rápido e sem dor: aparelho dental 'invisível' se modernizou

Atores, cantores, jogadores de futebol, entre celebridades os alinhadores dentais transparentes, popularmente conhecidos como aparelhos "invisíveis" fazem sucesso já há algum tempo. O dispositivo foi lançado no fim dos anos 1990, com a marca norte-americana Invisalign e, de cinco anos para cá, não é mais o mesmo.

Depois de ter ganhado o mundo, a invenção está mais moderna (sua fabricação hoje envolve inteligência artificial), conta com concorrentes no Brasil e possui valores e condições de parcelamento mais acessíveis, embora não seja para a maioria da população. Tratamentos costumam ficar entre R$ 3.000 e R$ 20 mil.

O investimento varia conforme a região, a tecnologia, o que está, ou não, incluso ao longo do tratamento, a complexidade do caso e a experiência do dentista. Hoje também há alinhadores fabricados em consultório (in office), com custo/benefício bem interessante.

Além disso, são acessórios pensados de forma individualizada, considerando particularidades da arcada dentária e expectativas dos pacientes.

Sorriso de propaganda é tendência

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Dá para afirmar que sorriso "certinho" por meio dos alinhadores veio para ficar, tanto que há clínicas que não trabalham mais com outros tipos de aparelhos, só com eles, que tratam dentes desalinhados, tortos, desnivelados, separados e melhoram estética e mastigação.

As correções se dão pela força contínua que exercem nos dentes; duas vezes mais rápido do que na forma convencional. Mas os especialistas consultados reforçam que casos complexos podem levar mais de um ano. E o tempo do tratamento depende muito da colaboração do paciente e de fatores biológicos.

Mas como as mudanças na dentição ocorrem em etapas, o alinhador tem que ser trocado muitas vezes (semanalmente ou de 10 a 14 dias, a depender do caso). Na maioria das vezes, essas trocas são feitas pelo próprio paciente em casa (igual quando se utiliza aquelas placas de clareamento dental caseiro) e as consultas de retorno costumam ser mais espaçadas que nos tratamentos com aparelho fixo.

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A realização de exames (raio-X panorâmico), escaneamento intraoral 3D, fotos, análises para definir padrão de crescimento do paciente servem de base para a confecção do alinhador, para precisar quantas unidades dele serão necessárias e para garantir o resultado esperado.

Os aparelhos são feitos de misturas termoplásticas, o que confere flexibilidade e resistência.

Discreto, não machuca e fácil de limpar

Quando comparados aos aparelhos metálicos, os alinhadores transparentes têm diversas vantagens. São quase imperceptíveis, reduzindo vergonha de sorrir, falar em público, ou tirar fotos expondo os dentes. Por serem feitos sob medida, também são confortáveis, não machucam dentro da boca e nem atrapalham a fala.

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Eles são removíveis, embora tenham pequenos pontos de resina que se aderem aos dentes. O paciente pode comer e depois colocá-los de volta, após a higienização. Dá para escovar dentes, passar fio dental e limpar o alinhador, prevenindo formação de manchas e cáries.

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Tem mais. O prazo para a conclusão do tratamento com alinhadores é de semanas a alguns meses, já os métodos convencionais podem levar anos. No entanto, os especialistas são unânimes em dizer que casos complexos podem levar mais de um ano mesmo com os 'invisíveis'.

Se o seu caso é mais simples, saiba que aí sim os alinhadores são mais rápidos do que o aparelho fixo.

O paciente sai do consultório sabendo a data de término e o que esperar das movimentações específicas de cada dente, que podem ser observadas logo nas primeiras fases.

Desvantagens existem, mas menos

Muitos problemas foram solucionados após 2014, quando uma revisão científica concluiu que estudos sobre alinhadores eram de qualidade insuficiente para determinar sua eficácia. Até então, eles eram indicados somente para correções brandas, havia receio de recomendá-los para casos cirúrgicos ou complexos.

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Também não eram comuns entre crianças, mas isso tudo é passado. Hoje, os maiores riscos são de serem perdidos, ou serem danificados se forem retirados com os cuidados necessários, ou de não serem executados por profissionais qualificados ou não usados por tempo adequado, com disciplina. Precisam ficar na boca de 20 a 22 horas por dia, do contrário podem não corrigir a dentição.

O potencial das novas marcas nacionais dessa tecnologia é bom, mas elas ainda não são líderes de mercado. Os softwares para planejamento do tratamento e as matérias-primas de fabricantes de fora tendem a ser melhores, avaliam alguns dos especialistas. Por isso, se está interessado em usar alinhadores, pesquise, visite clínicas bem avaliadas e reflita sobre o que é prioridade para você.

Fontes: Ana Carolina Rodrigues Pinheiro, odontologista pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e especialista em ortodontia; Gustavo Belligoli, odontólogo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e especialista em implantodontia, ortodontia e harmonização orofacial; José Todescan Jr., especialista em prótese dental, odontopediatria e endodontia pela USP; e Thalita Góis, cirurgiã-dentista pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) e especialista em ortodontia.

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