Como se defender de um ataque de tubarão? Evitar pânico é primeiro passo

Entre São Sebastião e Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, a cerca de 35 quilômetros da costa, fica o arquipélago de Alcatrazes. Pesquisadores do IMar/Unifesp (Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo) realizaram um estudo que aponta o aumento no número de avistamentos de tubarões nessa unidade de conservação marinha.

O estudo identificou as espécies Squalus cf. albicaudus (cação-bagre-da-cauda-branca), Carcharias taurus (tubarão-mangona), Carcharhinus plumbeus (tubarão-galhudo), Carcharhinus falciformis (tubarão-seda), Rhizoprionodon porosus (cação-frango), Sphyrna lewini (tubarão-martelo-recortado) e Sphyrna zygaena (tubarão-martelo-liso).

Só na última quarta-feira (19), um cardume com até 200 exemplares de tubarões foi avistado na região pela equipe do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).

O aumento no número de avistamentos reforça a hipótese defendida por cientistas de que os tubarões têm frequentado a região em maior número após a expansão e fortalecimento da área de proteção integral. O levantamento considera relatos feitos por mergulhadores que frequentam a área de preservação.

Não há autorização para desembarque de turistas no arquipélago, mas os mergulhos são permitidos em ao menos dez locais costeiros com diferentes graus de dificuldade, profundidade e características ambientais. Barcos privados também podem levar mergulhadores, mas com agendamento e desde que acompanhados por guias ou condutores de visitantes habilitados.

Se der de cara com um tubarão, o que fazer?

  • Primeiro, não entre em pânico. Agitar a água facilita ataques, pois ele percebe o desespero alheio.
  • Dar as costas, aumenta o risco de ser mordido por trás desprevenido. Afasta-se de frente e bem lentamente, sem bater braços e pernas.
  • Se ele vier para cima, reaja e grite para afugentá-lo e atrair pessoas. Acerte seus pontos fracos: ponta do nariz, guelras e olhos.

Em situações de lacerações é fundamental estancar o sangramento com um tecido limpo, pressionando o local e sem aplicar nenhuma substância, até chegar o socorro. Em se tratando de membros amputados (dedos, braços), se estiverem em boas condições para um reimplante cirúrgico, devem ser higienizados com água limpa, enrolados num pano ou guardados num saco plástico ou recipiente térmico, mas sem contato com gelo, e levados para o hospital.

Ao escolher uma praia, atente-se às sinalizações de perigo e tome precauções: não entre no mar com ferimentos (sangue atrai tubarões), evite se banhar ao escurecer (predadores têm hábitos noturnos), ou em águas com muitos cardumes ou de pesca. Não se afaste demais da costa para nadar e nem use acessórios metálicos, pois imitam o brilho das escamas dos peixes.

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Fontes: Luciano Sampaio, ortopedista e traumatologista da Clínica Ortocenter BemStar de Ilhéus (BA), parceira da Central Nacional Unimed; Nelson Douglas Ejzenbaum, pediatra e membro da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e da Academia Americana de Pediatria; Isabela Leiva, dermatologista e médica pela Fundação UnirG (Universidade de Gurupi), no Tocantins.

*Com informações de reportagem publicada em 19/06/2024 e 17/01/2022

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