Gosta de beber? Estudo encontra relação entre álcool e envelhecimento
De VivaBem, em São Paulo
22/06/2024 15h41Atualizada em 22/06/2024 17h38
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Nagoya, no Japão, relaciona o envelhecimento precoce aos efeitos nocivos dos aldeídos no DNA.
Os aldeídos são substâncias químicas produzidas no corpo humano, por exemplo, durante o metabolismo do álcool. Essas substâncias também são utilizadas na produção de resinas, plásticos, solventes, tintas, perfumes, essências e certos cosméticos.
O estudo, publicado na revista "Nature Cell Biology", revela como esses compostos químicos podem provocar doenças associadas ao envelhecimento precoce.
Yasuyoshi Oka, um dos autores do estudo, explicou que é a primeira vez que uma pesquisa propõe a relação entre o dano ao DNA causado pelos aldeídos e o envelhecimento prematuro.
Os aldeídos são prejudiciais porque são altamente reativos com DNA e proteínas. No corpo, eles formam ligações cruzadas DNA-proteína (DPCs) que bloqueiam enzimas importantes nos processos típicos de proliferação e manutenção celular, comprometendo esses processos e acelerando o envelhecimento.
Os pesquisadores levantaram a hipótese de que poderia haver uma ligação entre os aldeídos e o envelhecimento, uma vez que indivíduos com distúrbios de envelhecimento prematuro, como a síndrome de AMeD, apresentam um mau funcionamento da enzima aldeído desidrogenase, como ALDH2, que é responsável por quebrar os aldeídos.
Para indivíduos saudáveis, a ALDH2 também desempenha um papel crucial na resposta ao álcool. Quando uma pessoa consome bebidas alcoólicas, o fígado metaboliza o álcool em aldeídos, que posteriormente são convertidos em substâncias não tóxicas pela ALDH2.
Como evitar o envelhecimento precoce
A pesquisa tem implicações além das doenças genéticas, sugerindo que o dano ao DNA induzido por aldeídos também pode desempenhar um papel no processo de envelhecimento em pessoas saudáveis.
Ao identificar os aldeídos como substâncias que contribuem para o envelhecimento, o estudo expõe a conexão entre fatores ambientais e o envelhecimento celular, o que pode ter implicações significativas para a saúde humana e a longevidade.
Os pesquisadores enfatizam a importância de reduzir a exposição a substâncias que geram aldeídos, como álcool, tabaco e poluição ambiental, para minimizar os efeitos do envelhecimento. Adotar essas precauções pode ser fundamental para prevenir o dano celular.