Planta criada em laboratório nos EUA reproduz benefícios do leite materno

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, Berkeley, (EUA), alteraram geneticamente uma planta "parente" próxima do tabaco para produzir nutrientes presentes no leite materno humano. Esse experimento foi detalhado em um estudo publicado em 13 de junho na revista científica Nature Food.

Essa variedade mutante da planta Nicotiana benthamiana, criada em ambiente laboratorial, produz oligossacarídeos do leite humano (HMOs), complexos açúcares que promovem bactérias saudáveis no intestino e beneficiam o sistema imunológico dos bebês.

O leite materno contém aproximadamente 200 tipos diferentes de HMOs, que representam o terceiro componente sólido mais abundante. Embora os bebês não consigam digerir esses compostos, eles desempenham um papel fundamental como alimento para as bactérias intestinais durante as primeiras semanas de vida.

Além de promover uma microbiota intestinal saudável, os oligossacarídeos do leite humano (HMOs) têm sido associados a outros benefícios para a saúde. Há evidências de que eles podem ajudar a reduzir o risco de infecções bacterianas e virais em bebês, fortalecendo o sistema imunológico.

"Imagine poder produzir todos os oligossacarídeos do leite humano em uma única planta. Então, poderíamos apenas moer essa planta, extrair todos os oligossacarídeos de uma vez e adicionar diretamente à fórmula de nutrição infantil", ressaltou Patrick Shih, biólogo responsável pelo estudo, em entrevista ao The Guardian. "Este é o grande objetivo para o qual estamos trabalhando."

Os cientistas querem usar essa tecnologia para criar fórmulas infantis mais potentes, reproduzindo os benefícios do aleitamento materno, como também leites vegetais mais nutritivos e não lácteos para adultos.

Benefícios do leite materno e da amamentação

Estima-se que o aleitamento materno poderia evitar 13% das mortes em crianças menores de 5 anos em todo o mundo por causas evitáveis. Além disso, o leite materno protege contra diarreias, infecções respiratórias e alergias. Ele também diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes, além de reduzir a chance de desenvolver obesidade. Ainda há evidências de que o aleitamento materno contribui para o desenvolvimento cognitivo dos bebês.

Para as mães, reduz o peso mais rapidamente após o parto. Ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal, diminuindo o risco de hemorragia e de anemia após o parto. Reduz o risco de diabetes. Reduz o risco de desenvolvimento de câncer de mama e de ovário. Amamentar ainda fortalece o vínculo com o filho, promovendo segurança e conforto.

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*Com informações de reportagem publicada em 20/05/2019

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