Falacrofobia: medo de ficar careca preocupa homens, mas há solução
Colaboração para VivaBem*
24/06/2024 14h49
Em um estudo realizado pela Universidade de Surrey (Inglaterra), o cabelo foi apontado como um dos atributos físicos que mais impactam a autoestima. Denominado falacrofobia, o medo de ficar careca atinge homens de diferentes idades e origens, e os que enfrentam perda capilar se sentem menos confiantes.
"A calvície pode muitas vezes ser acompanhada por uma sensação de perda ou pelo desenvolvimento de ansiedades sociais. O processo pode ser particularmente desafiador para os homens mais jovens, solteiros, que enfrentam outras dificuldades na vida ou que estão ligados a culturas que valorizam muito a aparência, incluindo alguns participantes gays", afirmaram os autores ao site The Conversation.
A alopecia androgenética é considerada a forma mais comum de perda de cabelos entre os homens, ocorre de forma progressiva e afeta mais de 50% da população masculina acima dos 50 anos.
Até o momento, não se conhece completamente os seus mecanismos, mas é sabido que esse tipo de queda se relaciona, principalmente, aos seguintes fatores:
- Genética (herança poligênica)
- Hormônios
- Ambientais (suplementação e reposição hormonal)
Os especialistas no assunto afirmam que algum grau dessa queda, logo após a puberdade, é até considerado normal, mas a sua prevalência e gravidade podem aumentar com o passar dos anos.
Além do desconforto psicossocial, a calvície não provoca alterações na pele, mas pode aumentar o risco de câncer, dada a maior exposição do couro cabeludo aos raios solares.
Notou diferença, vá ao médico
Os especialistas falam que quem tem histórico de calvície na família, independente do grau de parentesco e do lado familiar (pai ou mãe), precisa buscar ajuda no final da puberdade.
A literatura médica registra que quem tem entre 15 e 18 anos já consegue identificar o início do processo. Nos casos em que não há um quadro de hereditariedade, esse momento será aquele no qual o aumento do padrão de queda e o afinamento do cabelo passam a incomodar.
O médico treinado para avaliar doenças da pele, do cabelo e da unha é o dermatologista. Mas um tricologista também pode tratar dos pelos ou cabelos.
Opções de tratamento
Francine Milenkovich Belinetti, dermatologista e professora da Escola de Medicina da PUC-PR, fala que o objetivo terapêutico é conter o avanço da doença. Enquanto estiver em progressão, a terapia tem de ser mantida.
"O tratamento que chamamos de padrão ouro é o medicamentoso. Usamos a finasterida e a dutasterida, que são capazes de bloquear a ação da DHT", diz a médica. A di-hidrotestosterona, ou DHT, é o principal hormônio envolvido com a calvície em indivíduos geneticamente suscetíveis.
Belinetti acrescenta que esses fármacos são considerados seguros, mas a abordagem médica, em geral, inclui outros medicamentos, como o minoxidil, e até procedimentos, como:
Intradermoterapia: injeção de alguns ativos na derme do couro cabeludo.
Microagulhamento: microagulhas causam pequenas perfurações superficiais na pele.
MMP: microinfusão de medicamentos na pele por meio de um dispositivo eletrônico vibratório.
Uso de luzes: laser e/ou led.
Outra técnica bastante promissora é a PRP (plasma rico em plaquetas).
Quando partir para o implante?
A técnica evoluiu, tem bom resultado e consiste em retirar fios de cabelo do próprio paciente, da região da cabeça onde não existam os receptores da DHT, a occiptal.
Os fios são colocados na parte calva —o que pode ser feito até com máquinas de precisão—, mas o tratamento deve seguir para conter a evolução da doença. A prática não é indicada para casos avançados e os especialistas advertem: além de não substituir o tratamento, ela requer manutenção constante.
A proteção ideal é o uso de chapéu ou boné. Caso prefira usar protetor solar, escolha as opções mais fluidas.
*Com informações de reportagem publicada em 01/12/2020