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Jejum intermitente é associado ao risco maior de morte cardíaca, diz estudo

Imagem: iStock

Colaboração para VivaBem*

27/06/2024 16h51

Um estudo de março de 2024, conduzido pela Universidade Jiao Tong, de Xangai, na China, analisou dados de 20 mil adultos entre 2003 e 2018 e descobriu que, embora o jejum intermitente esteja associado a benefícios para a longevidade, aqueles que se alimentavam apenas em uma janela diária de 8 horas não apresentaram maior longevidade em comparação com os que mantinham um padrão alimentar mais tradicional, com refeições distribuídas em um intervalo de 12 a 16 horas.

Também foi constatado que especificamente esse padrão 16:8 (quando as refeições são consumidas em uma janela de 8 horas e o jejum ocorre nas 16 horas restantes) está associado a um risco 91% maior de morte por doença cardiovascular.

Mais estudos são necessários

Segundo Wenze Zhong, professor e presidente do departamento de epidemiologia e bioestatística da Universidade Jiao Tong, embora os resultados sugiram uma associação entre restrição alimentar e maior risco de morte cardiovascular, o estudo não comprova definitivamente que a restrição causou as mortes. Isso ocorre porque as dietas dos pacientes eram autodeclaradas, o que pode introduzir algum grau de imprecisão nas informações.

Além das questões mencionadas, fatores como estado de saúde individual, estilo de vida, adesão específica a diferentes tipos de jejum intermitente e disponibilidade de alimentos também podem influenciar os resultados.

A orientação de buscar um nutricionista e manter acompanhamento médico é fundamental ao considerar qualquer método de emagrecimento, incluindo o jejum intermitente. Cada pessoa é única, e o que funciona para um indivíduo pode não ser adequado para outro.

Saiba mais sobre o jejum intermitente

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Apesar de não ser uma ideia recente, jejuar para perder peso começou a fazer sucesso apenas em 2013, após o médico inglês Michael Mosley lançar o livro "A Dieta dos 2 Dias". Desde então o jejum intermitente se popularizou.

"Em animais, o jejum mostrou benefícios em doenças degenerativas, doenças cardiovasculares, câncer, obesidade e diabetes. Em humanos, a restrição contínua e jejum intermitente trouxeram resultados similares", explica a nutricionista Mariana Del Bosco, mestre em ciências pela Faculdade de Medicina da USP.

Mas como o jejum é uma prática difícil, muitos desistem logo no início. Além disso, uma vez que a pessoa para de jejuar, o peso volta, gerando o conhecido efeito sanfona. Portanto, a eficácia desse método, em longo prazo, depende da capacidade da pessoa em manter esse estilo alimentar saudável e de baixas calorias no futuro.

Se você está grávida, amamentando, é diabético ou tem uma condição que exige que fique atento aos níveis de açúcar no sangue, melhor evitar esse tipo de dieta. Um longo período de restrição poderia induzir a hipoglicemia, que é a queda dos níveis de glicose no sangue, e trazer consequências mais graves.

Além disso, alguns grupos de pessoas correm maior risco de efeitos negativos associados ao jejum, que podem incluir dores de cabeça, tonturas e incapacidade de concentração. Os grupos vulneráveis normalmente incluem idosos, jovens (menores de 18 anos), aqueles que estão sob medicação, aqueles com baixo índice de massa corporal (IMC) e quem tem problemas emocionais ou psicológicos envolvendo alimentos, incluindo qualquer história de distúrbios alimentares.

*Com informações do Ranking das Dietas 2020 de VivaBem

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