Eliana revela que fez cerclagem em gravidez de risco; entenda a cirurgia

Nova contratada da TV Globo, Eliana contou ao "Fantástico" sobre os desafios que passou na gravidez da filha caçula, Manuela, nascida em 2017. À época, a apresentadora teve que se submeter a uma cerclagem, uma cirurgia para evitar o parto prematuro, e passou cinco meses hospitalizada até dar à luz a menina.

Como funciona a cerclagem

A cirurgia é um dos tratamentos para uma doença chamada Incompetência Istmo Cervical, quando o colo do útero perde a capacidade de suportar o peso da gravidez. Esse tipo de operação é feita para evitar que o bebê nasça prematuro e garante uma gravidez mais segura.

Para tratar o problema existem três meios: o uso do hormônio progesterona, o pessário (espécie de anel de borracha ou silicone que fecha o colo do útero sem a necessidade de cirurgia) e a cerclagem.

O uso do hormônio é mais indicado num estágio mais avançado da gestação, mas a cirurgia é preferência nas primeiras semanas, como foi no caso de Eliana. Ela passou pelo procedimento com apenas 11 semanas de gravidez.

No caso de Eliana, o procedimento foi feito pela barriga, o que é raro. Essa opção só é indicada quando existe contraindicação, uma cirurgia prévia ou problemas no colo uterino. Normalmente, a cerclagem é feita através de uma sutura — os famosos "pontos" — no colo uterino, por meio do canal vaginal.

A apresentadora tomou duas anestesias gerais e ficou quatro horas dentro do centro cirúrgico. "A minha foi feita por cima com um robô. Eu estou com cinco cicatrizes na barriga", contou ela em 2017 à colega Chris Flores, detalhando ianda que a ténica era nova no Brasil.

Mas atenção: após a cirurgia, o risco de aborto ou parto prematuro diminui, mas não desaparece. Por isso, é recomendado repouso e acompanhamento médico constante.

Se tudo correr bem, quando a gestação estiver em 36 ou 37 semanas o médico retira os pontos e aguarda o nascimento do bebê por parto normal. Se for necessária uma cesárea, vai depender de como foi feita a cerclagem: por via vaginal, retiram-se os pontos, e por via abdominal, mantem-se.

No caso de Eliana, a gravidez foi tensa mesmo após o procedimento, com um descolamento de placenta às 21 semanas, que a obrigou a se afastar de vez do trabalho. "Foram dois episódios difíceis, mas de muito aprendizado. Hoje, mais do que nunca, eu agradeço cada sol que entra pela janela e a família que eu consegui construir", afirmou ela ao "Fantástico".

Quando a placenta se descola parcialmente ou integralmente da parede do útero, existe um corte na irrigação de sangue e, consequentemente, de nutrientes que chegam até o bebê.

*Com informações dos médicos Olímpio Barbosa de Moraes e Mario Macoto em reportagem de 9/08/2017 e do médico Alberto D'Auria em reportagem de 23/05/2017