14 trabalhos que mais causam infelicidade, segundo Harvard
Segundo um estudo de 2017 da Universidade Harvard (EUA), mais de 40% das pessoas são infelizes no ambiente profissional. A pesquisa revelou quais são as profissões que mais geram sentimentos negativos e o que há por trás do descontentamento.
Veja se seu trabalho está na lista:
- Técnico de farmácia
- Engenheiro de projetos
- Professor
- Assistente administrativo
- Caixa
- Diretor-geral
- Analista de dados
- Representante de atendimento ao cliente
- Vendedor de varejo
- Gerente de contas de vendas
- Entregador
- Caminhoneiro
- Guarda de segurança
- Trabalhador noturno
Os motivos por trás:
Falta de oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional.
Salários baixos.
Tarefas repetitivas.
Longas jornadas.
Pressão constante.
Distância hierárquica.
Interação constante com problemas alheios.
Responsabilidade elevada.
Isolamento social.
Exposição a condições climáticas adversas.
Problemas de saúde associados à longa permanência sentada.
Dificuldade de conviver com amigos e familiares em horários diferentes.
É possível melhorar isso?
Para combater o adoecimento psíquico dos funcionários, algumas empresas têm investido em palestras, aplicativos e terapias online, além de eventuais consultas com psiquiatras. Isso é bom, mas pode não ser o suficiente.
Se a saúde mental realmente se tornou uma prioridade para as corporações, seria importante refletir até que ponto as relações com o trabalho não estão na origem do problema. Assim, repensar as condições do emprego (como a carga horária), além das proteções e benefícios ao colaborador, poderiam ter um papel central na prevenção dos transtornos mentais. Jairo Bouer, psiquiatra pela Faculdade de Medicina da USP, em coluna do VivaBem
De acordo com Bouer, para boa parte dos trabalhadores, um emprego realmente flexível deveria investir não apenas onde as pessoas querem trabalhar, mas também em quando e quanto querem se dedicar às suas funções. A produtividade não dependeria unicamente de estar em um local determinado por oito horas consecutivas.
Embora boa parte das ocupações sejam dependentes do tempo (professores que dão aulas ou médicos que fazem plantões), muitas outras podem ser mais flexíveis. Assim, trabalhadores poderiam ajustar escalas de acordo com sua rotina (e não o contrário), o que traria benefícios para sua saúde e produtividade, com uma força de trabalho mais satisfeita e engajada, continua o psiquiatra.
Pais e mães, por exemplo, poderiam adequar seu horário de acordo com as demandas criadas pela educação dos filhos, o que poderia reduzir o eterno conflito entre carreira e cuidados parentais. Além disso, muita gente trabalha melhor logo cedo, enquanto outros preferem à tarde e à noite. Adequar trabalho ao ritmo biológico pode melhorar a dedicação e a criatividade.
Jornadas de quatro dias na semana (ao invés de cinco), 30 horas (ao invés de 40), períodos de maior dedicação intercalados com períodos mais tranquilos, entre outras possibilidades, são alguns dos caminhos já adotados por algumas empresas e governos.
Em uma entrevista publicada no jornal "El País", o psicólogo e antropólogo britânico James Davies, professor da Universidade de Roehampton, defende que uma redução na jornada de trabalho teria o potencial de melhorar a saúde mental da população. Para ele, a sociedade moderna medicou nossas emoções e busca apenas aliviar sintomas, ao invés de investir em mudanças sociais que poderiam prevenir sofrimentos e transtornos mentais, como empregos e salários melhores e mais tempo livre.
A obsessão do sistema em criar pessoas mais produtivas e consumidoras, em detrimento da felicidade e do bem-estar, tema muito bem explorado pelo filósofo sul-coreano Byung-Chul Han em seu livro "Sociedade do Cansaço", pode estar na raiz do crescente número de pessoas com problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e burnout.
Se você acha que anda muito esgotado ou não tem se sentido muito bem nos últimos meses, que tal pensar como anda sua jornada e as relações com seu trabalho? Sua saúde e família agradecem!
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