Como criar memórias inesquecíveis com seus filhos e ainda ajudá-los
Colaboração para VivaBem*
04/07/2024 15h31
"As memórias nos tornam quem somos. São elas que nos ajudam a compreender o mundo e moldam nossa visão", explica Ângela Wyse, neurologista, poeta e professora do Departamento de Bioquímica da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
Criar memórias inesquecíveis com filhos, por exemplo, é uma experiência valiosa. Aqui estão algumas dicas para fortalecer essas lembranças afetivas:
Presença é presente: esteja verdadeiramente presente na vida das crianças, compartilhando momentos genuínos juntos. Isso gera memória e sentimento de segurança.
Compartilhe seu dia e suas vivências: conte como foi seu dia aos seus filhos. Compartilhar experiências cria conexões significativas.
Ouça as histórias: escute atentamente as histórias que seus filhos contam. Isso fortalece os laços emocionais.
Escutem música: a música tem o poder de evocar emoções. Ouçam juntos e criem memórias ligadas a canções especiais.
Compartilhem refeições: comer juntos é uma maneira de criar memórias afetivas em torno da mesa.
Cozinhem juntos: preparem ainda receitas em família, envolvendo todos na cozinha.
Abraços e carinho: gestos físicos como abraços, beijos e carinhos são essenciais para fortalecer os laços familiares.
Demonstre bondade: ensinar as crianças a agirem com educação e respeito para com os outros é uma maneira valiosa de cultivar valores como empatia e compaixão, que elas tendem a memorizar e reproduzir.
Lembre-se: lembranças positivas têm um impacto significativo na vida e no desenvolvimento emocional e cognitivo das crianças.
Por que recordar é tão bom?
De acordo com a psicóloga Thalita Cavalcante Freire, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, a memória afetiva está diretamente ligada a essa sensação de bem-estar e saudade. "Por se tratar de uma memória sensorial, temos diversas maneiras de relembrar com carinho de algum momento que nos marcou positivamente. São momentos que marcaram a nossa infância e adolescência, trazendo as mesmas sensações e sentimentos em um tom de nostalgia ao lembrarmos, já na fase adulta, de uma música, um cheiro, um objeto ou um lugar."
A sensação de conforto e alegria que a memória afetiva costuma trazer se explica se considerarmos que a tendência do cérebro é sempre guardar as memórias boas. "Quando nosso cérebro identifica que aquele momento nos fez bem e trouxe uma boa sensação, é armazenado automaticamente e será liberado para reviver, de alguma forma, o momento no qual a memória afetiva inicial foi criada", explica Freire.
Para Diogo Haddad Santos, neurologista do Hospital Nove de Julho, memórias emocionais ou afetivas são muito importantes e foram instintivamente evoluídas na espécie humana. "Conseguir tê-las ao longo da vida pode ajudar na concentração e melhorar suas próprias metas e objetivos, se usadas de maneira adequada."
Segundo ele, a memória é, por definição, o processo de retenção e recuperação de informações ao longo do tempo. "Existem muitos fatores que podem influenciar a forma como as memórias são recuperadas, como o tipo de informação que está sendo usada e as dicas de recuperação que estão presentes. O ser humano possui uma cadeia tão grande e complexa de informações emocionais, que pode apresentar em diferentes áreas cerebrais medo, alegria, tristeza, excitação, tédio, nostalgia, romance e adoração a partir de uma única informação."
*Com informações de reportagens publicadas em 12/08/2021 e 29/07/2021