Agora padrão é envelhecer bonito; veja cuidados com dietas para viver mais

Dietas para longevidade são uma tendência, mas, sem orientação profissional, podem acelerar perda de massa muscular a até deixá-lo mais cansado, alerta a nutricionista Vanessa Suzuki, mestre pela Unifesp.

Antigamente, buscavam-se dietas para emagrecimento. Um milagre para perder peso. Mas, de uns tempos para cá, busca-se para longevidade. A gente entende que uma dieta com perfil anti-inflamatório é importante, por exemplo, mas os ajustes são sempre individuais. Vanessa Suzuki, nutricionista

Segundo ela, essa busca por dietas para viver mais alterou o perfil de padrões alimentares da moda, focados agora não só em fins estéticos. "As pessoas estão buscando viver mais com dietas da moda. É uma incessante busca para viver mais, com mais saúde e mais bonito. O padrão é envelhecer com ainda mais beleza", completa a nutricionista.

Dietas da moda fazem sucesso por prometer resultados eficazes em pouco tempo, mas dificilmente são viáveis em longo prazo. "Embora as dietas da moda possam parecer atraentes, é importante entender que modismos alimentares não são favoráveis à saúde em longo prazo", alerta a profissional.

Ela lembra também que suplementos, divulgados como benéficos à saúde e cada vez mais populares nas redes sociais, podem trazer muitos riscos. É o caso, por exemplo, de toxicidade e efeitos adversos após interações medicamentosas. "A suplementação deve ser feita com base em orientação profissional e exames de saúde", diz Suzuki.

Estudos científicos indicam que influenciadores que disseminam dietas sem embasamento adequado podem causar prejuízos significativos à saúde pública. Vanessa Suzuki, nutricionista

Quais os riscos de não personalizar dietas?

Dietas restritivas podem levar a problemas nutricionais e prejudicar a relação com a comida
Dietas restritivas podem levar a problemas nutricionais e prejudicar a relação com a comida Imagem: iStock

Suzuki destaca três principais riscos ao fazer dietas sem orientação profissional:

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  1. Desequilíbrios de nutrientes;
  2. Dificuldades de mantê-las em longo prazo;
  3. Estresse que resulta em uma relação negativa com a comida.

Esses impactos são piores em dietas muito restritivas.

Também são riscos conhecidos:

Perda de massa muscular;

Problemas digestivos e intestinais, como constipação ou diarreias;

Fadiga, que leva a menor desempenho físico e mental;

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Risco de mascarar transtornos alimentares, como anorexia e bulimia.

Riscos também ao usar a inteligência artificial

Usar IAs, as inteligências artificiais, para auxiliar dietas também é um ponto de alerta. "Relatórios de tendências já mostraram que as pessoas estão 35% mais propensas a buscar dietas e assuntos de alimentação em todos os buscadores, inclusive no ChatGPT", diz Suzuki.

As pessoas se consultam com ferramentas artificiais. E a gente tem que entender isso para melhorar o nosso atendimento [de nutricionista]. Vanessa Suzuki, nutricionista

Reportagem de VivaBem já mostrou os malefícios de montar dietas e treinos com a tecnologia. Risco de lesões, treinamento excessivo ou treinos de baixa eficácia foram riscos citados. Nutricionalmente, profissionais analisaram que as metas propostas pelas próprias pessoas são fracas para gerar dietas personalizadas eficazes, além da falta de um profissional para acompanhar o plano alimentar.

Como envelhecer com saúde?

A ciência já reconhece cuidados para viver mais e com saúde. Suzuki destaca dez deles:

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  1. Adote uma dieta equilibrada: opte por uma alimentação rica em frutas, verduras, legumes, proteínas magras, gorduras saudáveis e grãos integrais.
  2. Beba bastante água: a hidratação é fundamental para manter todas as funções corporais.
  3. Não siga dietas extremas: adote um padrão alimentar sustentável em longo prazo e evite aqueles que prometem resultados "milagrosos", sem evidências científicas.
  4. Faça exercício regularmente: combine dieta saudável com atividades físicas regulares para manter a saúde integral --cardiovascular, mental, muscular e óssea.
  5. Tenha aconselhamento profissional: consulte especialistas de saúde para receber orientações personalizadas que considerem o seu histórico de saúde e as suas necessidades individuais.
  6. Cuide da saúde mental: gerencie o estresse e pratique atividades que promovam o bem-estar emocional.
  7. Tenha um sono de qualidade: organize a rotina para ter um sono reparador, essencial para a regeneração celular e a saúde geral.
  8. Coma com atenção plena: pratique o mindful eating, ou seja, esteja presente durante suas refeições, sem telas e prestando atenção ao que está ingerindo, para melhorar a relação com a comida e promover uma digestão mais eficiente.
  9. Cozinhe as refeições sempre que puder: isso ajuda a controlar os ingredientes usados e garante uma alimentação mais saudável. Cozinhar em casa também resgata o momento afetivo à mesa, promovendo conexões sociais e emocionais.
  10. Prefira alimentos orgânicos ou de pequenos produtores: faça essa escolha sempre que possível para reduzir a exposição a pesticidas. Também use temperos, ervas e especiarias naturais, como coentro, salsinha, alecrim e cúrcuma.

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