Usada para perda de peso, tirzepatida reduz apneia do sono, diz estudo

O Mounjaro, um medicamento injetável (para tratamento de diabetes tipo 2) e que contém tirzepatida como princípio ativo, demonstrou eficácia no tratamento da apneia obstrutiva do sono, segundo um estudo publicado em 21 de junho na revista científica The New England Journal of Medicine.

A apneia é caracterizada por episódios repetidos de respiração irregular devido ao bloqueio das vias aéreas superiores, muito comum em obesos. Como o princípio ativo do Mounjaro também é usado para a perda de peso, talvez por isso solucione casos do distúrbio do sono.

Como estudo foi feito

Apenas indivíduos com obesidade que sofriam de apneia do sono moderada (mais de 15 interrupções respiratórias por hora) ou grave (mais de 30) foram incluídos.

Eles foram divididos em dois grupos: o primeiro não recebeu tratamento para o distúrbio do sono, enquanto o segundo grupo realizou tratamento com um aparelho que aumenta a passagem de ar pela garganta de forma mecânica.

Os participantes foram designados para receber a dose máxima tolerada de tirzepatida (10 mg ou 15 mg) ou placebo por 52 semanas.

Após 52 semanas, 43% dos participantes do primeiro grupo e 51,5% do segundo grupo apresentaram melhora suficiente para atender aos critérios de resolução da doença

O uso da substância também melhorou outros aspectos relacionados à apneia do sono, como a redução dos fatores de risco de doenças cardiovasculares e do peso corporal.

O efeito colateral mais comum relatado foi problemas estomacais leves.

Entenda a apneia do sono

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Imagem: iStock
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Conhecida pela sigla AOS, a apneia obstrutiva do sono é uma condição complexa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e traz uma série de consequências negativas para a saúde, se não forem tratadas adequadamente:

Fadiga diurna e sonolência excessiva diurna, devido à fragmentação do sono;

Hipertensão arterial;

Doenças cardiovasculares, como hipertensão, arritmias e insuficiência cardíaca;

Problemas cognitivos (a falta de oxigênio durante o sono pode levar a prejuízos de memória, de concentração e da função cognitiva).

A AOS pode afetar pessoas de todas as idades, mas é mais frequente em adultos de meia-idade e idosos. Homens têm uma prevalência maior do que mulheres, que podem ser acometidas especialmente após a menopausa.

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Os sintomas variam, mas geralmente incluem:

Ronco alto e persistente, resultado da obstrução do fluxo de ar causada pelo relaxamento dos músculos da garganta;

Interrupções na respiração notadas por terceiros;

Sonolência diurna;

Dificuldade de concentração;

Irritabilidade e dor de cabeça ao despertar.

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O tratamento da AOS visa utilizar aparelhos para abrir as vias aéreas durante o sono, permitindo uma respiração mais fácil e sem interrupções.

Em casos graves, a cirurgia pode ser recomendada para corrigir anormalidades anatômicas das vias aéreas superiores. Perder peso, evitar o consumo de álcool e tabaco e dormir de lado podem ajudar a reduzir os sintomas.

"Essas pessoas precisam buscar um profissional de saúde, geralmente otorrinolaringologistas ou médicos especialistas em sono, para poder fazer um exame físico, checar a história clínica e chegar no método diagnóstico adequado, que é a polissonografia, e indicar um tratamento individualizado", aconselha Sandra Doria, otorrinolaringologista especialista em medicina do sono.

*Com informações de reportagem publicada em 29/07/2022 e 20/04/2024

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