Casos de coqueluche aumentam no Brasil e no mundo; quem deve tomar vacina?

O aumento dos casos de coqueluche ligou um sinal de alerta para a importância da vacinação contra a doença. No Brasil e no mundo, órgãos de saúde se mobilizam para conscientizar e proteger a população.

O que aconteceu

Números da doença aumentaram. O estado de São Paulo registrou 139 casos de coqueluche até o dia 8 de junho, ante 54 em todo o ano de 2023. Na capital paulista, já estão confirmados 105 casos entre janeiro e 5 de junho; no ano passado, foram 14.

Cidade do Rio não tinha casos desde 2021. O último caso notificado no município tinha sido em agosto daquele ano. Em 2024, já são 34 casos confirmados. Com isso, a Secretaria Municipal de Saúde intensificou as ações de prevenção.

Alerta contra coqueluche é global. Pelo menos 17 países da União Europeia registram aumento de casos entre janeiro e dezembro do ano passado, com 25.130 ocorrências. De janeiro a março deste ano, 32.037 casos foram registrados na região. Na China, foram notificados 32.380 casos e 13 óbitos até fevereiro. A Bolívia também registra surto da doença, com 693 casos confirmados de janeiro a agosto de 2023.

Quem deve tomar a vacina

A vacina pentavalente (DTP) previne cinco doenças: difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pela bactéria H. influenzae tipo B (doenças graves que muitas vezes podem levar à morte).

Crianças devem tomar vacina no primeiro ano de vida. A imunização é feita em três doses: aos dois, quatro e seis meses, com intervalo recomendado de 60 dias entre elas.

Crianças a partir de um ano de idade precisam do reforço. As doses de reforço são com a vacina tríplice bacteriana infantil, que protege contra difteria, tétano e pertussis (DTP). O primeiro reforço deve ser dado aos 15 meses de vida e o segundo aos 4 anos de idade.

Vacina também é indicada para gestantes e pessoas no puerpério. Como estratégia de imunização passiva de recém-nascidos, recomenda-se uma dose da vacina dTpa (tríplice bacteriana acelular tipo adulto) a partir da 20ª semana de gestação. Quem não foi imunizado durante a gravidez, a orientação é tomar uma dose da dTpa no puerpério, o mais precocemente possível e até 45 dias pós-parto.

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Profissionais de saúde entram na lista de proteção. Desde 2019, a vacina dTpa passou a ser indicada também a profissionais da saúde, parteiras tradicionais e estagiários da área da saúde atuantes em UTIs (unidades de terapia intensiva), UCIs (unidades de cuidados intensivos neonatal convencional) e berçários, como complemento do esquema vacinal para difteria e tétano ou como reforço para aqueles que apresentam o esquema vacinal completo para difteria e tétano.

Nota técnica ampliou vacinação. Em meio a tantos surtos de coqueluche, o Ministério da Saúde recomendou ampliar, em caráter excepcional, e intensificar a vacinação contra a doença no Brasil. O documento indica a vacina dTpa para trabalhadores da saúde que atuam em serviços de saúde públicos e privados, ambulatorial e hospitalar, com atendimento em ginecologia e obstetrícia; parto e pós-parto imediato, incluindo casas de parto, e pediatria. Quem trabalha em creches onde há atendimento de crianças com até 4 anos também deve ser imunizado.

Entenda a coqueluche

Causada pela Bordetella pertussis, uma bactéria que vive na garganta das pessoas, a coqueluche também é chamada de "tosse comprida". Ela se caracteriza por crises de tosse seca incontroláveis, intercaladas com a ingestão de ar, que provoca um som agudo, como um guincho ou chiado.

Sintomas incluem vômitos e falta de ar. O quadro pode levar à cianose, estado em que a pessoa fica com uma coloração azul-arroxeada pela falta de oxigenação no sangue.

A doença ocorre principalmente em menores de 1 ano de idade devido ao esquema vacinal incompleto. Dependendo do estado da imunização, ela pode causar pneumonia, convulsões e comprometimento do sistema nervoso, e até levar à morte.

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A transmissão se dá por via respiratória e por gotículas de saliva quando a pessoa fala, tosse ou espirra. O tratamento é feito com antibióticos e, quanto mais precoce, maior a chance de reduzir a gravidade e a transmissibilidade da doença.

*Com informações de reportagens publicadas em 16/06/2024 e 18/04/2024

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