Jejum intermitente aumenta risco de diabetes tipo 2 em ratos

A dieta de jejum intermitente ganha cada vez mais espaço entre os que desejam perder peso rapidamente e obter alguns benefícios para a saúde. De fato, alguns estudos indicaram que o jejum intermitente pode diminuir o risco de doenças cardíacas, por exemplo, mas uma pesquisa, apresentada na reunião anual da Sociedade Europeia de Endocrinologia, em Barcelona, na Espanha, em 2018, sugere que essa dieta pode ter sérias consequências para o metabolismo e elevar o risco de diabetes tipo 2.

Liderado por Ana Cláudia Munhoz Bonassa, pesquisadora da Universidade de São Paulo, o estudo em ratos mostrou que o jejum intermitente pode prejudicar a atividade normal do pâncreas e a produção de insulina. Estudos anteriores já sugeriram que o jejum por um curto período de tempo aumenta o estresse oxidativo e a produção de radicais livres, acelerando o processo de envelhecimento e danificando o DNA.

Para descobrir se o jejum intermitente de fato gera radicais livres, Bonassa e seus colegas fizeram com que ratos adultos saudáveis seguissem essa dieta por um período de três meses. Os pesquisadores mediram e monitoraram os níveis de insulina e função dos roedores, seu peso corporal e seus níveis de radicais livres. No final da dieta, os ratos tinham perdido peso, como esperado. No entanto, a distribuição de gordura corporal mudou inesperadamente.

A quantidade de tecido adiposo no abdômen dos roedores aumentou —a gordura da barriga tem sido relacionada ao diabetes tipo 2 por estudos recentes, com algumas pesquisas sugerindo até mesmo um mecanismo molecular pelo qual o primeiro pode levar ao segundo.

Além disso, os cientistas encontraram danos nas células pancreáticas secretoras de insulina, bem como níveis mais elevados de radicais livres e sinais de resistência à insulina.

*Com informações de matéria publicada em maio de 2018

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