Centro, Sul, Leste, Oeste: 13 mil corredores invadem cidade na Nike SP Run
Fausto Fagioli Fonseca
Colaboração para VivaBem
14/07/2024 18h05
Quem estava acordado na madrugada ou no início da manhã deste domingo (14) em São Paulo foi surpreendido pela presença de milhares de corredores que "invadiram" as ruas de quatro "cantos" da cidade em direção à Praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu.
Com quatro percursos com distâncias e locais de largada diferentes, a Nike SP Run teve um formato inédito e reuniu cerca de 13 mil atletas. Quem correu os 5 km saiu da Zona Oeste, em frente ao Memorial da América Latina, na Barra Funda. Já o ponto de partida dos 10 km foi no Centro, nos arredores do Pateo do Collegio. Os participantes da prova de 15 km partiram do Parque da Mooca, na Zona Leste, enquanto os dos 21 km iniciaram a corrida perto do Parque Ibirapuera, na Zona Sul.
Com uma proposta inclusiva, a prova recebeu de braços abertos corredores iniciantes e avançados em busca de superação, saúde, diversão, amizade e conquistas pessoais. Quem participou ainda pode aproveitar as atrações na arena do evento, como shows musicais, DJs, lanchinhos e bebidas.
"Gostei muito de toda a estrutura. É verdade que (na arena) tinha muita fila, mas isso é normal em grandes corridas assim. A música no palco estava ótima, e ainda tinha cerveja (sem álcool), café, shake de proteína, além de um espaço com massagem, tudo muito bom!", disse Clarissa Zanoni, de 33 anos, que completou 15 km.
Os percursos da prova também tiveram bandas para animar os corredores, áreas com torcida, projeções de luzes: ou seja, foi uma verdadeira festa para quem madrugou neste domingo frio para ficar a postos para uma das largadas —que aconteceram entre 5h30 e 6h, quando o sol ainda nem havia nascido em São Paulo.
5 km: uma volta pela Zona Oeste
Os 5 km largaram do Memorial da América Latina, um ponto importante de shows, mas também para a história da capital. O conjunto arquitetônico, projetado por Oscar Niemeyer, é considerado um monumento à integração cultural, política, econômica e social da América Latina.
Quem fez esse percurso correu grande parte pela Avenida Pacaembu, um "retão" até o Estádio do Pacaembu, e não faltou animação no trajeto.
"O percurso de 5 km foi bem interessante, passamos por duas bandas ao vivo, o que sempre motiva e anima a gente a continuar", falou Diego Gomes, de 41 anos, que correu o trajeto ao lado da esposa Raphaela. "Gostamos muito de começar a correr às 6h e poder ver o amanhecer chegando aos poucos."
10 km: imersão pelo Centro
O percurso deu aos participantes uma grande oportunidade de vivenciar a história da cidade correndo.
A largada foi no Pateo do Collegio, atravessando o histórico Vale do Anhangabaú e seguindo pela Avenida São João, imortalizada na voz de Caetano Veloso na música "Sampa". Depois, os atletas subiram o Elevado João Goulart (Minhocão) e seguiram até a Avenida Pacaembu, quando se juntaram com a turma dos 5 km.
"Eu adorei que a largada foi no Centro", falou Caio Marfori Lima, de 28 anos, que começou a correr há três meses por incentivo de amigos e fez sua primeira prova, logo nos 10 km. "Jamais pensei em correr por pontos históricos. Estava tudo superorganizado, com sinalização de trânsito, equipes da Nike por todo o trajeto. Adorei!", falou.
Fernanda Pádua, de 43 anos, também foi para os 10 km. "Apenas achei algumas partes um pouco estreitas para a quantidade de pessoas, mas a partir do sexto quilômetro começou a dispersar. De qualquer forma, achei a prova incrível: estrutura, pontos de hidratação, tudo funcionou muito bem."
15 km: da ZL ao Centro!
Quem mora na Zona Leste de São Paulo conhece bem a Radial Leste: a principal via de acesso à região, que não é exagero dizer que está congestionada praticamente 24 horas por dia, sete dias por semana. Mas, neste domingo, um trecho da avenida estava totalmente sem carros, livre para o corredores, em um trajeto que até então nenhuma prova de rua havia passado.
O caminho desafiador, com subidas e descidas, saiu da Mooca, passou pela região do Brás, Glicério, Liberdade, Bela Vista e Santa Cecília. No Viaduto Jaceguai, onde a ligação leste-oeste passa sobre a Avenida Vinte e Três de Maio, ligação norte-sul da cidade, os atletas dos 15 km se encontram com a turma dos 21K.
"Foi legal demais largar da Mooca e pegar a Radial Leste toda fechada só pra gente que estava correndo", falou Fábio Gomes, de 43 anos. "A altimetria era desafiadora, com muitas subidinhas." O atleta apenas se incomodou com o fato de, no final do percurso, os corredores de distâncias menores se juntarem no trajeto.
"A gente vinha num ritmo e, quando chegamos no Elevado, encontramos os participantes dos 10K (que estavam um pouco mais lentos), isso acaba atrapalhando um pouco o ritmo. Mas é algo normal em uma prova com muitos inscritos e vários percursos. Na Avenida Pacaembu deu uma melhorada e aí foi bem até o final", completou.
Uma nova meia maratona paulistana
Quem já correu provas de 21 km em São Paulo sabe que existe certa limitação para os percursos, muitos deles sendo realizados na Marginal Pinheiros. O trajeto da Nike SP Run, porém, ofereceu uma experiência inédita, saindo do Parque Ibirapuera e "descendo" a Vinte Três de Maio em direção ao Centro.
"O percurso foi bem gostoso, bem diferente do convencional de outras provas que fazemos em São Paulo. Foi bem direto e sem muito vai-e-volta, o que deixou a corrida mais dinâmica", comentou Maurício Porazenka, de 34 anos. "Até as subidas eu achei interessante: apesar de dificultar um pouco, trazem um desafio a mais para prova: eu gosto!".
Ele ressaltou que achou a estrutura durante a prova bastante completa, com boa sinalização, hidratação e pessoas incentivando. "A ideia de ter áreas de torcida em locais mais isolados foi muito boa! Para quem está ali fazendo esforço, traz uma motivação muito grande! Uma pena apenas não poder terminar dentro do Estádio do Pacaembu, como era previsto. Se isso puder acontecer no futuro, vai ser uma energia incrível!"