5 sintomas de excesso de gordura no fígado que podem passar batidos

A esteatose hepática, mais conhecida como gordura no fígado, vem se tornando um problema mais frequente e conhecido pela população. Uma das razões que explica sua incidência cada vez mais comum é o aumento da obesidade na população.

Quando as células e os espaços do fígado são preenchidos por gordura, o órgão se torna volumoso e pesado. Porém, o abuso de álcool, o uso de certos medicamentos e doenças como as hepatites virais também podem causar esse quadro, que só gera algum sintoma quando o dano ao órgão já é muito grave.

O fígado é um órgão, localizado no lado direito do abdome, que possui diversas funções, como desintoxicar o organismo, produzir colesterol, sintetizar proteínas e armazenar glicose (o açúcar do sangue). Além disso, produz a bile, composto que ajuda no processo de eliminação de toxinas e na digestão dos lipídios. Assim, a presença de um pouco de gordura no fígado é absolutamente normal. Mas quando o índice de infiltração ultrapassa 5% do seu volume, a situação começa a se complicar.

Estima-se que 20% a 40% da população sofra com o problema, sendo que o percentual é mais alto se considerarmos populações específicas, como a de obesos, diabéticos ou indivíduos com síndrome metabólica (quadro que envolve dislipidemia, resistência à insulina e obesidade abdominal).

Embora seja mais comum em adultos na faixa dos 40 ou 50 anos de idade, crianças pequenas podem ter esteatose, geralmente associada a doenças metabólicas. Entre os mais velhos e os adolescentes, o quadro também pode surgir como consequência de hábitos pouco saudáveis. E apesar da relação com a obesidade, indivíduos magros também podem ter fígado gorduroso.

Já em relação à esteatose hepática associada à bebida, estima-se que 90% dos indivíduos que fazem uso abusivo do álcool tenham a condição, dos quais 15% a 30% desenvolvem hepatite alcoólica e 10% a 20%, cirrose hepática.

Na maioria das vezes, os problemas hepáticos são silenciosos. A pessoa demora a apresentar sinais clínicos e sintomas de que está com alguma doença. Por isso, algumas sensações e quadros soam como uma advertência. Os principais são:

1. Fadiga sem explicação

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Fraqueza, letargia e baixo rendimento físico e mental podem apontar disfunções no fígado. Como o órgão trabalha no armazenamento de vitaminas A, D, E e K, essenciais para manter bons níveis de energia, seu comprometimento por acúmulo de toxinas dificulta a filtragem do sangue e a oxigenação das células. O resultado é pouco pique e um cansaço constante.

2. Alterações na cor da urina e nas fezes

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Embora também possam indicar infecções urinárias ou intestinais, mudanças devem ser observadas com cuidado. Fezes mais claras ou esbranquiçadas, que em alguns casos parecem até massa de vidraceiro, significam que a bile (substância secretada pelo fígado e que atua na absorção das gorduras) não consegue atingir o intestino —é ela que dá a coloração marrom às fezes.

Já a urina escura, com um tom parecido ao da Coca-Cola, pode apontar um problema hepático devido ao acúmulo de gordura no fígado. Em geral, a tonalidade saudável da urina é amarelo-pálido.

3. Cólicas e inflamação abdominal

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Dificilmente um mal-estar intestinal, como cólicas ou diarreias, e um abdome mais inchado podem sinalizar problemas no fígado. Mas se for algo persistente, há o risco de o fígado apresentar dificuldade para se livrar de resíduos e necessitar de uma desintoxicação. Gases em excesso também merecem atenção.

4. Pele e olhos amarelados

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Significam icterícia, resultado do acúmulo de bilirrubina, substância que dá pigmento à bile. Quando o fígado tem dificuldade de filtrar as toxinas do sangue, a bilirrubina se acumula na corrente sanguínea e provoca a alteração na pele e o amarelamento da esclera (a parte branca dos olhos).

Dependendo do grau, a pessoa pode ter coceira na pele, devido à impregnação por bile. Além disso, o quadro ainda pode indicar hepatite A, B ou C.

5. Inchaço

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A retenção de líquidos é mais comum em pessoas que têm doenças renais, mas também costuma atingir quem sofre de problemas hepáticos. O quadro surge na forma de uma inflamação nos pés, pernas e outras partes do corpo e, se pressionada com o dedo, deixa uma marca funda no local por alguns segundos.

Como tratar o problema?

O combate ao problema envolve prioritariamente mudanças no estilo de vida, com dieta saudável e prática de atividade física, a fim de se controlar o excesso de peso, a resistência à insulina, os níveis de colesterol e triglicérides e a pressão arterial. O consumo de álcool deve ser evitado mesmo para quem essa não é a principal causa do problema, já que a bebida sobrecarrega o fígado e contribui para a obesidade.

Embora emagrecer seja considerado o principal pilar do tratamento, é importante que a perda de peso seja gradual. O emagrecimento rápido pode agravar a esteatose porque, antes de ser "queimada", a gordura armazenada no corpo também passa pelo fígado — é por isso que as cirurgias da obesidade são um fator de risco.

Quando a doença é causada por medicamentos, é necessário avaliar custo-benefício e estudar a possibilidade de substituição. O uso de esteroides anabolizantes deve ser interrompido e, no caso de a esteatose ser associada a outras doenças, como hipotireoidismo ou ovário policístico, essas condições devem ser tratadas adequadamente.

Não existe nenhum medicamento específico para a esteatose, porém alguns medicamentos costumam ser indicados pelos médicos para alguns pacientes. É o caso de drogas para o controle do colesterol, diabetes e obesidade.

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*Com informações de reportagens publicadas em 09/05/2024 e 01/11/2022

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