Leite é inflamatório? E glúten? Saiba o que é mito e o que é verdade

Quem procura uma dieta saudável sabe que o ideal é fugir dos alimentos inflamatórios, como frituras e ultraprocessados. Mas será que o leite é um deles? O consenso entre os pesquisadores é que, para pessoas saudáveis, não.

Não existem evidências de que o leite cause inflamação no organismo. "O alimento só vai ser inflamatório se ele realmente fizer mal para você de alguma forma, como no caso de quem tem intolerância à lactose", explica a nutricionista Thais Barca, no terceiro episódio da décima temporada do Conexão VivaBem.

Para pessoas saudáveis, a bebida é nutritiva e, dentro de um plano de alimentação equilibrado, contribui para a saúde e o bom funcionamento do corpo, afirma a nutricionista.

Já no caso das pessoas intolerantes à lactose, o leite pode causar dores abdominais, gases e náuseas, e seu consumo deve ser evitado. O mesmo raciocínio serve para quem possui Alergia a Proteína do Leite de Vaca (APVL) ou intolerância ou alergia a qualquer outro alimento, como o glúten.

"Se você não tiver nenhuma questão de saúde que dificulte a absorção do leite, ele não vai inflamar o seu corpo. Você vai conseguir consumir, metabolizar e não vai ficar inflamado", diz Barca.

Como saber se tenho intolerância à lactose?

O exame mais comum é o teste de intolerância à lactose, que avalia a capacidade do organismo em digerir a lactose após a ingestão de uma quantidade específica da substância.

A intolerância à lactose é a incapacidade do organismo em digerir a lactose, um tipo de açúcar presente naturalmente no leite.
A intolerância à lactose é a incapacidade do organismo em digerir a lactose, um tipo de açúcar presente naturalmente no leite. Imagem: iStock

Também há exames que dosam a quantidade de enzima lactase —responsável por digerir a lactose — no organismo, e testes genéticos para verificar a predisposição à intolerância.

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No entanto, se alguém começa a perceber que o leite e seus derivados têm causado desconforto abdominal, o mais comum é que a própria pessoa faça a experiência de diminuir o consumo da bebida, para ver se observa alguma melhora nos sintomas.

"Com a facilidade de acesso às informações, as pessoas nem vão ao médico para descobrir a intolerância, porque já viram em algum lugar que tem essa orientação e acabam fazendo sozinhas. Se for por esse motivo, ok", avalia Barca.

Foi assim que a apresentadora do programa, Mariana Ferrão, descobriu que tinha intolerância a lactose e ao glúten, por exemplo: "Fui tirando e percebendo o quanto isso melhorava minha vida, não só o desconforto abdominal, mas a sensação de cansaço".

O que é intolerância à lactose?

A intolerância à lactose é a incapacidade do organismo em digerir a lactose, um tipo de açúcar presente naturalmente no leite e seus derivados (queijos, iogurtes etc.). O problema ocorre devido à deficiência ou ausência da enzima lactase, responsável por quebrar a lactose em açúcares menores para serem absorvidos pelo intestino.

A produção dessa enzima pode diminuir ou não existir mais na primeira infância, ou acontecer de forma tardia, explica Barca.

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"Às vezes, a pessoa já tinha uma predisposição genética para ter baixa produção de lactase e, com o envelhecimento celular, você vai reduzindo a produção de lactase. Junta os dois, você acaba não podendo mais consumir leite".

Quem fez o teste genético e viu que tem predisposição para desenvolver a intolerância deve diminuir o consumo da bebida, segundo a nutricionista. "Se tiver diagnóstico, a orientação é reduzir para não ter problemas no futuro, porque, geralmente quando descobre a intolerância, o corpo já está muito inflamado, com gastrite instalada, por exemplo, e você aumenta inflamação sistêmica para o seu corpo todo".

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