Nipah: o que é vírus sem cura e com potencial pandêmico que matou indiano?
A Índia monitora o estado de Kerela após a morte de um adolescente de 14 anos pelo vírus Nipah e a identificação de 60 pessoas em alto risco. Esse vírus é considerado prioritário pela OMS (Organização Mundial da Saúde), dado o potencial de causar uma epidemia —já que não há vacina contra ele e nem tratamento.
O que é o vírus Nipah
O Nipah é um vírus transmitido de animais para humanos (chamando zoonótico). Ele também pode ser transmitido por alimentos contaminados ou diretamente entre pessoas.
Os morcegos que comem frutas são os principais reservatórios do vírus. O primeiro surto aconteceu na Malásia, onde homens pegaram o vírus de porcos, outra possível espécie hospedeira.
Sintomas
O período de incubação (intervalo desde a infecção até o início dos sintomas) varia de 4 a 14 dias, estima a OMS. No entanto, um período de incubação de até 45 dias foi relatado.
Em pessoas infectadas o vírus pode causar encefalite (inflamação no cérebro) muito grave, com alto índice de letalidade. O sistema nervoso central é afetado, causando:
- Alteração do nível de consciência;
- Convulsão;
- Febre;
- Dor de cabeça;
- Náuseas e vômitos;
- Quadros de pneumonia também podem surgir.
Os primeiros sinais da infecção são inespecíficos e o diagnóstico não é suspeito nesse momento. Isso dificulta a identificação e desafia a detecção de surtos, assim como medidas eficazes de controle. Além disso, a qualidade, quantidade, tipo, tempo de coleta de amostra clínica e o tempo necessário para transferir as amostras para o laboratório podem afetar a precisão dos resultados.
Tratamento
Não há tratamentos específicos para o vírus — sejam vacinas para impedir a contaminação ou drogas que melhorem o quadro.
Para os doentes, o protocolo é controlar os sintomas — como a convulsão e a pneumonia. Alguns antivirais foram usados como suporte nos surtos, mas ainda não há estudos robustos que comprovem a eficácia.
É possível o vírus chegar ao Brasil?
Esse é um vírus que geograficamente está restrito às áreas onde os casos já foram identificados: Malásia, Indonésia e Índia. Especialistas dizem que não há preocupação de que chegue às áreas urbanas, a não ser que a evolução de contaminação entre humanos tome grandes proporções.
*Com informações de reportagem publicada em 10/09/2021.
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