3 erros para evitar ao falar em público e como vencer esse medo
Considerada uma habilidade, falar em público tem inúmeras vantagens. No âmbito profissional, pode aumentar a confiança, a autoestima e as interações, contribuindo para a construção de relacionamentos profissionais sólidos, e elevar as chances de se obter crescimento e sucesso na carreira.
Uma boa oratória ainda é essencial para persuadir e estimular o público, seja falando em grupo ou para grandes multidões. Além disso, de forma contínua, aprimora a comunicação em geral, tornando a pessoa mais articulada e clara.
Entretanto, é importante ter cautela, pois até mesmo os mais experientes podem cometer erros. A seguir, três erros que você deve evitar e por que, conforme explicado por Matt Abrahams, especialista em comunicação da Universidade de Stanford (EUA), em entrevista à CNBC:
1. Admitir nervosismo
Frases como "sempre fico tão nervoso quando falo" podem destacar sua ansiedade, enquanto manter uma postura confiante ajuda a focar a atenção do público na mensagem. Fora que ainda minam qualquer credibilidade. Em vez disso, foque no conhecimento que você tem e apresente diretamente suas ideias.
2. Iniciar com "eu"
Frases que começam dessa forma, chamando a atenção para si, podem parecer exclusivas e repelir o público. Em vez disso, use "todos nós" para criar um senso de unidade e tornar a mensagem mais envolvente, inclusiva e até impactante. Por exemplo: "Todos nós sabemos como o planeta está enfrentando mudanças".
3. Acrônimos e jargões
Um acrônimo é uma palavra formada da combinação de sílabas (iniciais ou não) de um nome coletivo. Por exemplo, "Unesco" é o acrônimo para "Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura". Enquanto um jargão é um termo ou expressão específica de um grupo particular de pessoas, geralmente dentro de uma profissão ou área de interesse. Eles podem ser difíceis de entender para quem não está inserido. Por exemplo, na área médica, "CPR" é um jargão para ressuscitação cardiopulmonar. Portanto, acrônimos e jargões podem parecer confusos e confundir. Prefira uma linguagem clara e acessível para garantir que todos compreendam a mensagem.
Como superar o medo
"A possibilidade de fracasso gera a vontade de fugir para não se expor, e isso costuma impedir a pessoa de alcançar seus objetivos, sejam eles pessoais ou profissionais", diz Mariza Menegasso Lencioni, psicóloga da plataforma Vittude.
O receio de cometer gafes e de passar uma imagem de que não se sabe o que está falando tem um motivo. Segundo Vivian Rio Stella, doutora em linguística pela Unicamp e idealizadora da VRS Academy, ao falar em público, expressamos para as pessoas nosso domínio sobre um tema, um processo, uma ideia, um negócio. "É como se fosse a validação de um saber, com direito a comitê julgador ali na sua frente. Porque, sim, as pessoas nos avaliam o tempo todo, em especial quando somos o centro da atenção", diz.
De acordo com Rachel Polito, diretora e professora do curso de expressão verbal do Instituto Reinaldo Polito, quando assistimos a uma apresentação e gostamos muito, é porque o orador tem pelo menos algumas das seguintes características:
Bom humor: ser bem-humorado não significa contar piadas.
Saber contar histórias: somos curiosos e a chance de fixar uma informação se torna ainda maior.
Bom ritmo e alternância da intensidade e velocidade da fala: não gostamos de ver ninguém com fala desanimada e com o mesmo tom de voz o tempo todo.
Boa postura e gesticulação: isso não significa que existe certo ou errado. O que precisamos entender é que sempre que utilizamos os gestos a nosso favor, a mensagem fica mais poderosa.
Boa organização do pensamento: saber o que vai falar e ter confiança para desenvolver o assunto até a conclusão é essencial para uma excelente apresentação, seja ela de 10 minutos ou uma hora.
Portanto, o mais importante é saber que a apresentação é fruto de um bom planejamento somado a treino e prática. Dedicar-se a elaborar uma mensagem consistente, com um roteiro adequado ao contexto e ao público, permite que todas as pessoas, inclusive as tímidas, falem com mais confiança.
*Com informações de reportagem publicada em 21/07/2022
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