Quanto falta para a IA se igualar à inteligência humana? Veja escala
Colaboração para VivaBem*
23/07/2024 13h12
A OpenAI, responsável pelo desenvolvimento do ChatGPT, estabeleceu uma escala de cinco níveis para acompanhar seu avanço rumo à criação de uma IA (inteligência artificial) capaz de superar o conhecimento humano, chamada AGI. Segundo um porta-voz, essa classificação foi divulgada aos funcionários da empresa, conforme relatado à Bloomberg.
A escala é determinada pela proximidade da inteligência artificial em relação à habilidade humana de solucionar problemas. Assim, quanto mais próximo do nível cinco, mais desenvolvida seria a IA.
Os cinco níveis da IA:
Nível 1: de acordo com a OpenAI, o primeiro nível, onde o ChatGPT ainda se encontra, é o mais básico. Nesse estágio, o chatbot consegue responder a perguntas e comandos diretos, solucionar problemas matemáticos, além de redigir textos e até mesmo linhas de código.
Nível 2: seria o de "raciocinadores", em tradução livre. Ele seria composto por IAs que conseguem resolver problemas e realizar tarefas de forma semelhante a uma pessoa com doutorado, mas sem acesso a informações. Segundo a Bloomberg, executivos da OpenAI acreditam que a empresa está perto de alcançar esse nível.
Nível 3: denominado "agentes", seria ocupado por IAs capazes de atuar em benefício de um usuário por vários dias. Um exemplo seria uma inteligência artificial que pudesse realizar o trabalho de uma pessoa enquanto ela estivesse em férias.
Nível 4: chamada de "inovadores", essa fase inclui inteligências artificiais que podem desenvolver e aprimorar processos de maneira autônoma, sem depender de comandos ou solicitações. Assim, seria viável não apenas utilizar IAs para monitorar um trabalho, como aperfeiçoá-lo, agindo de forma independente.
Nível 5: por fim, temos o nível das "organizações", onde inteligências artificiais são capazes de gerenciar organizações de maneira autônoma. Sam Altman, CEO da OpenAI, prevê que essa etapa será alcançada dentro de até uma década.
IA gera medo em você?
Com o avanço do ChatGPT e de outras ferramentas de inteligência artificial, muita gente tem expressado medo e preocupação. Os receios se originam de algumas causas comuns, como ansiedade sobre a inteligência da máquina, o temor de ser substituído no trabalho e o receio de colocar o poder da IA nas mãos de pessoas erradas. Tudo isso pode estar relacionado à insegurança que sentimos diante do desconhecido e do que não dominamos.
Geralmente, quando nos deparamos com algo estranho ao nosso conhecimento, tendemos a diminuí-lo ou criar resultados negativos em nossa mente como estratégia de defesa. Essa atitude é comum ao longo da história da humanidade, desde a invenção da roda até os avanços atuais da IA. Elídio Almeida, psicólogo formado pela UFBA (Universidade Federal da Bahia)
"Na medida em que a gente começa a entender melhor como funciona e todos os seus benefícios, a tendência é que troquemos o medo pela confiança", diz Yuri Busin, psicólogo, mestre e doutor em neurociência do comportamento.
Segundo Hernani Pereira dos Santos, doutor em psicologia e sociedade pela Unesp e professor da UECE (Universidade Estadual do Ceará), a questão emergente sobre a IA e outras tecnologias semelhantes não é apenas que elas mostram o quanto capacidades que anteriormente eram pensadas como exclusivamente humanas podem ser encarnadas por máquinas, mas, sobretudo, que nós podemos nos colocar em uma situação em que fica muito difícil de distinguir entre o que é humano ou não.
"Em vez de namorar uma pessoa, por exemplo, pode parecer mais fácil e satisfatório namorar um robô, uma vez que é tão prestativo, inteligente e faz tudo como gosto. Ausência de conflito e sensação da relação perfeita. É o que retrata o distópico filme 'Her'. Caminharíamos para um modo de vida e de relação onde outro humano não se faz mais necessário?", indaga Ronaldo Coelho, psicólogo pela USP.
Santos arrisca dizer que essas novas tecnologias são capazes de produzir realidade.
*Com informações de reportagem publicada em 07/07/2023