Quimioterapia pode provocar problemas no coração? Tem como evitar?
Sim, a quimioterapia pode provocar problemas cardíacos. Isso porque, alguns quimioterápicos, ao atacarem a célula cancerígena, também alteram o metabolismo cardíaco, o que provoca lesões no sistema cardiovascular.
Mas isso não quer dizer que o tratamento do câncer não é recomendado. Muito pelo contrário. A quimioterapia deve ser seguida à risca. Até porque, antes de iniciar qualquer protocolo com algum risco ao coração, é sempre solicitada uma avaliação cardiológica e alguns exames. Além disso, existem medicamentos cardioprotetores, ou seja, que ajudam a proteger o coração contra os efeitos colaterais da quimio e que também podem ser usados durante o tratamento.
Outro ponto importante é que nem todos que tratam o câncer desenvolverão problemas cardiovasculares. Alguns fatores aumentam esse risco, como:
Doenças cardíacas preexistentes;
Idade (maiores de 65 anos e menores de 18 anos);
Mulheres após a menopausa;
Inclusive, pessoas que são cardiopatas precisam de um maior monitoramento do cardiologista durante o tratamento oncológico. Isso para evitar que o quadro cardiovascular seja agravado pelas terapias contra o câncer.
Além disso, é importante saber que existem formas que podem ajudar a evitar que a quimioterapia cause problemas no coração. Algumas recomendações são:
Ter o acompanhamento de um cardiologista antes, durante e depois do tratamento;
Praticar alguma atividade física regularmente;
Ajustar a dieta, incluindo evitar dietas exageradamente salgadas, calóricas e gordurosas;
Hidratar-se regularmente;
Uso regular das medicações para hipertensão e insuficiência cardíaca previamente prescritos.
Por fim, vale ressaltar que a quimioterapia é muito importante contra o câncer e a união do oncologista com o cardiologista propicia um diagnóstico precoce dos efeitos colaterais do tratamento em relação ao coração. Dessa forma, é possível controlar os fatores de risco e iniciar medidas de proteção ao coração.
Fontes: Adriana Pires, chefe do serviço de oncologia do HGF (Hospital Geral de Fortaleza); Antônio Moreira Sousa Neto, médico oncologista do HU-UFPI (Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí), ligado à Rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares); Flávio Cure, cardiologista clínico e especialista em cardio-oncologia, coordenador do Centro de Estudos do Hospital CopaStar, no Rio de Janeiro e responsável pelo serviço de cardio-oncologia da Rede D'Or,; Humberto João Rigon Jr, líder do serviço de cardiologia do A.C.Camargo Cancer Center, em São Paulo; Walter Henriques da Costa, gerente médico do A.C.Camargo Cancer Center, em São Paulo.
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