Atleta amputa parte do dedo para ir às Olimpíadas; médico é contra decisão

O australiano Matt Dawson, 30, jogador de hóquei, quebrou o dedo anelar da mão direita recentemente.

Há poucos dias das Olimpíadas, ele se viu em um impasse, a recuperação com gesso poderia ser mais demorada. Então, tomou a decisão de amputar uma parte do dedo.

"Eu tomei uma decisão bem informada com o cirurgião plástico na época, não apenas pela oportunidade de jogar em Paris, mas também para minha vida depois", declarou o atleta à emissora australiana 'Channel Seven', reproduzido pela Folha de S. Paulo.

Mas será que faz sentido amputador uma parte do dedo? VivaBem conversou com um especialista para entender quanto tempo leva a recuperação do jogador.

Recuperação é mais rápida?

O principal motivo da escolha pode estar no tempo da recuperação, explica Antonio Carlos da Costa, cirurgião especialista em mãos e presidente da SBCM (Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão),

"A recuperação da amputação, leva, aproximadamente, duas semanas. Mas, é possível voltar ao esporte, depois de amputação após uma semana. Se fosse com gesso, levaria por volta de dois a três meses, diz Costa.

Caso parecido já aconteceu com o goleiro do Fluminense/Paysandu, Carlos Castilho, há mais de 60 anos.

O goleiro Carlos Castilho.
O goleiro Carlos Castilho. Imagem: Domínio público/Wikimedia Commons

Naquela época, o tratamento das fraturas demorava muito mais e ele optou por amputar a falange distal do dedo mínimo para recuperar rápido e poder jogar a Copa do Mundo. Hoje em dia, não vejo muito mais sentido nisso, Antonio Carlos da Costa, cirurgião especialista em mãos e presidente da SBCM

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Anestesia pode ser alternativa

"A amputação é definitiva e nem sempre é a solução final, pois eventualmente podemos ter dor no coto da amputação", aponta Costa.

Costa afirma que dificilmente um médico indicaria amputação. "Teria muita resistência para amputar um dedo que pode ser preservado", defende.

Anestesia e bandagem poderiam ser solução. "Já vi, em campeonatos amadores, as pessoas anestesiarem o dedo para jogar", diz o médico.

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