Devemos comer três refeições por dia ou fazer jejum?
Não é de hoje que jejuar para perder peso está na moda. O chamado "jejum intermitente", que consiste em restringir a alimentação a um período de seis a oito horas por dia e ficar sem comer por 10 ou menos horas, é uma das modalidades mais populares dos últimos anos. Mas será que fazer jejum é saudável? Ou deveríamos comer três refeições por dia?
A orientação de tomar café da manhã, almoçar e jantar todos os dias é fruto de anos de pesquisas nutricionais e metabólicas, explica a nutricionista Thais Barca, no quarto episódio da décima temporada do Conexão VivaBem. "Vários testes foram feitos desde quando começaram os Jogos Olímpicos, em que se viu como os atletas tinham que se alimentar para melhorar a performance, e outros estudos foram surgindo até chegar a essa orientação".
Isso, porém, não significa que não podemos fazer jejum. A alimentação equilibrada e rica em nutrientes é fundamental para uma boa saúde. Porém, já se sabe que a privação de alimentos de forma controlada pode trazer vários benefícios, afirma Barca.
Estudos mostram que o jejum pode ajudar no controle dos níveis de glicose no sangue e contribuir para a regeneração das células, por exemplo. "Para um grupo seleto, também pode melhorar a ansiedade relacionada à comida", acrescenta ela, ponderando que a estratégia não é a mais indicada para pessoas que têm compulsão alimentar ou transtorno de ansiedade.
Barca destaca que o jejum só deve ser feito com a orientação de um nutricionista. "Se for feito incorretamente, o jejum pode trazer malefícios comportamentais, de como a gente vai se comportar em relação à alimentação", alerta.
Se a pessoa pular o jantar sem equilibrar o restante da alimentação ao longo do dia, por exemplo, pode ter problemas para dormir, acordar de madrugada e acabar comendo alimentos ultraprocessados, que são mais fáceis de preparar. Ou pode desenvolver uma relação de culpa com a comida, ao perceber que não consegue ser fiel ao período de jejum.
Por quanto tempo devo fazer jejum?
Como qualquer estratégia alimentar, o jejum tem tempo para começar e terminar, explica Barca. Manter o mesmo padrão de jejum por mais tempo do que o indicado pelo nutricionista pode levar uma pessoa a ter déficit de calorias e nutrientes, por exemplo.
"Estratégias alimentares têm tempo de duração. Mais de três meses, por exemplo, vira estilo de vida e você vai acumulando déficits", diz Barca.
Além disso, a nutricionista destaca a importância de ter refeições saudáveis nas janelas de alimentação após o jejum. Se uma pessoa janta mais cedo e pula o café da manhã, por exemplo, o almoço deve ser uma refeição mais leve, o que pode incluir legumes, ovos e carnes mais fáceis de digerir. "Toda estratégia alimentar é válida, desde que funcione para aquela pessoa", resume a especialista.
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