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Polivitamínicos: por que ingerir sem necessidade faz mal à saúde?

Polivitamínicos não devem ser consumidos sem orientação Imagem: iStock

Colaboração para VivaBem

26/07/2024 04h00

Faz algum tempo que o termo vitaminado virou sinônimo de gente saudável. Mas, se as vitaminas são assim tão importantes como sugere a gíria, quer dizer então que tomar compostos de várias delas vai deixar você mais forte? Calma, não é bem assim.

Por reunir diferentes vitaminas e minerais, os polivitamínicos são indicados principalmente quando a pessoa tem condições que afetam a absorção de nutrientes pelo corpo ou acarretem em alguma perda nutricional importante. É o caso da gestação, da cirurgia bariátrica, da prática esportiva regular e do avanço da idade.

Mas nem todo esportista, por exemplo, precisa suplementar vitaminas. E, se houver necessidade, não é qualquer composto que vai resolver o problema, É por isso que um acompanhamento profissional é tão importante quando se fala na prescrição de polivitamínicos.

Faz diferença tomar sem precisar?

Aos que já têm um estilo de vida saudável e não têm nenhuma perda nutricional diagnosticada, o composto não fará diferença expressiva na saúde. Além disso, os multivitamínicos podem levar a reações alérgicas (a depender da pessoa) e à hipervitaminose, isso é, concentração elevada de determinadas vitaminas no organismo, que, conforme a substância, pode trazer diversas complicações.

O excesso de vitamina A, por exemplo, causa desde náuseas a fissuras na pele. A presença exagerada de vitamina B, por sua vez, pode levar a convulsões. Já a de vitamina C ou potássio tende a atrapalhar o funcionamento dos rins.

Por aí você entende o risco de tomar polivitamínicos sem orientação. Mas os problemas vão além disso. Quando se reúne várias vitaminas e minerais em uma fórmula só, pode ser que haja disputas de espaço no seu organismo para ver qual componente será absorvido.

O ferro e o cálcio, por exemplo, são minerais que atrapalham a absorção um do outro. Portanto, é indicado que sejam consumidos com um intervalo de tempo entre si.

O contrário também pode acontecer. É o caso da vitamina C, que potencializa a absorção do ferro não-heme. Só quem tem conhecimento dessa harmonia entre os componentes vai indicar para você aquilo que seu corpo realmente necessita —e, claro, o que não vai causar prejuízos.

Pode ser que, no seu caso, o ideal seja consumir vitaminas cápsulas separadas e não um conjunto delas. É o nutricionista, o nutrólogo ou o endocrinologista que vai matar essa charada.

O profissional também vai levar em conta o tipo do produto. Há três deles: os vendidos prontos e sem nenhum direcionamento específico; aqueles pensados para propósitos especiais, como anemias; e os manipulados de acordo com as necessidades e os objetivos de cada pessoa.

Com relação ao formato, a indicação também varia: para crianças, adultos com problemas de deglutição ou pessoas que precisam variar a dose administrada, a alternativa em gotas é a mais indicada. Mas há casos em que as drágeas, cápsulas e comprimidos são ideais.

Não substitui a boa alimentação

Outro ponto de alerta quando se fala em multivitamínicos é o descuido com a dieta. Muita gente come mal e tenta compensar a possível falta de nutrientes com suplementos, isso não deve acontecer. Os multivitamínicos podem ser aliados a uma dieta equilibrada, mas jamais substituí-la.

Se o consumo exagerado de multivitamínicos pode causar hipervitaminose, trocar a comida saudável pelos compostos pode levar ao extremo oposto: a hipovitaminose. Quando o indivíduo consome o polivitamínico como substituto da refeição, tende a não atingir os níveis recomendados de várias vitaminas, podendo sofrer de edemas em membros inferiores, formigamentos e até insuficiência cardíaca.

Um cardápio diversificado contém vitaminas e minerais em sua forma ideal de absorção, sem nenhum efeito adverso. Em outras palavras, a comida saudável tem proporções biologicamente ideais. Portanto, aproveite.

6 casos em que os multivitamínicos certamente podem ajudar (desde que recomendados por um especialista):

  • Gestantes;
  • Pacientes que fizeram cirurgia bariátrica;
  • Pessoas que abusam do álcool;
  • Idosos;
  • Atletas;
  • Crianças menores de dois anos.

Fontes: Thomaz Fraga, nutricionista; Dulcinèa Carvalho, nutricionista, diretora da Associação Paulista de Nutrição (APAN); Bruna Nascimento, nutricionista do núcleo de Oncologia e Hematologia do Ceará.

*Com informações de matéria de janeiro de 2022

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