Usar remédio por conta própria para 'cortar' a diarreia não é uma boa ideia

Alterações no funcionamento do intestino por causa de infecções provocadas por água e alimentos contaminados são bastante comuns. Quando isso ocorre, usar remédios por conta própria ou por indicação do vizinho para "cortar" a diarreia pode ser arriscado.

Qualquer alteração nas funções fisiológicas, como na consistência das fezes, é sinal de que algo não vai bem com nossa saúde, por isso é bom que um médico opine sobre a melhor conduta. Afinal, nem todas as diarreias são causadas por infecções alimentares e podem esconder algum problema mais sério.

Nos casos em que a diarreia é provocada por água ou comida contaminada, o uso de antidiarreicos por conta própria, para obter o chamado "efeito rolha", é absolutamente contraindicado, pois as toxinas presentes no intestino naquele momento devem ser eliminadas.

Outros remédios utilizados para restabelecer a flora intestinal não fazem mal à saúde, mas geralmente são desnecessários, já que a doença em questão é autolimitada, ou seja, extingue-se sozinha, com a atuação da flora normal, a ação dos anticorpos e a "barreira natural" da mucosa do intestino.

Hidratação

A hidratação é o melhor tratamento para quem está com diarreia, além de pausa alimentar até que a consistência das fezes volte ao normal, o que costuma ocorrer em 24 horas. Em geral, os casos de intoxicação alimentar são medicados com remédios para cólica, para excesso de gases e contra vômitos ou náuseas, sempre indicados por um profissional.

Os chás de camomila, erva-doce e outros —inclusive o das folhas de goiabeira— são boas opções para hidratar, assim como as bebidas isotônicas (muito usadas pelos corredores atletas), os soros caseiros e vendidos nas farmácias e a água de coco.

Mas, lembre-se: quando a diarreia é muito intensa, não passa no dia seguinte e vem acompanhada de outros sintomas, como queda de pressão, tonturas, febre alta e vômitos, é fundamental procurar atendimento médico. Além disso, diarreias que se repetem com frequência podem sinalizar outros problemas de saúde, por isso é bom não desprezar o sintoma.

Fontes: Eduardo Berger, médico gastroenterologista.

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