ON SP City Marathon leva 20 mil às ruas de SP e bate recorde de inscritos

Ano após ano a ON SP City Marathon se consolida como uma das mais importantes maratonas do Brasil. Prova disso é que a edição deste ano bateu seu recorde de inscritos: foram 20 mil pessoas para os percursos de 42 km e 21 km - no ano passado, 12 mil pessoas concluíram os dois trajetos.

A largada da corrida, dada a partir das 5h20 e com um frio típico do inverno paulistano, foi no mesmo lugar de todas as edições anteriores (desde 2016): o histórico Estádio do Pacaembu, hoje rebatizado como Mercado Livre Arena Pacaembu.

Além de contar com uma organização de ponta, que busca cada vez mais se equiparar ao padrão de qualidade das grandes maratonas do mundo, a prova teve em seu percurso um diferencial: ofereceu uma imersão pela história da cidade.

Percurso histórico

Imagem
Imagem: Thiago Diz / Iguana Sports

Após a largada, os corredores partiram rumo ao centro de São Paulo. Lá passaram por lugares históricos da capital, como o cruzamento da avenida Ipiranga com a avenida São João, os edifícios Itália e o Copan, o Theatro Municipal, o Viaduto do Chá e o Largo São Francisco.

"O percurso da prova é apaixonante, faz lembrar as belezas de São Paulo!", falou a corredora Thalita Lima, que disputou os 21 km. "Achei o trecho do viaduto do Chá, do Theatro Municipal e da Galeria do Rock incrível. Ainda colocaram bandinhas para animar e isso deu uma energia muito boa".

Do centro, a prova seguiu para a avenida 23 de Maio, rumo ao Parque do Ibirapuera. Lá os corredores cruzaram com outros lugares históricos, como o Obelisco e o Monumento às Bandeiras, conhecido como "empurra-empurra", uma obra que celebra as muitas etnias que construíram a cidade.

Logo adiante veio uma parte difícil para muitos corredores: o complexo de túneis que desemboca na avenida Juscelino Kubitschek. "Os túneis da JK, meu amigo, que inferno. Calor demais, parecem infinitos", brincou a corredora Anne Dias.

Continua após a publicidade
Imagem
Imagem: Thiago Diz / Iguana Sports

Superada essa parte, o caminho levou à avenida Lineu de Paula Machado, onde a meia-maratona fez o retorno e terminou no Jockey Club. O percurso de 42 km ainda seguiu por Butantã, USP, Marginal Pinheiros e arredores do Parque Villa-Lobos antes de retornar e chegar ao Jockey.

Desafio pelos 42 km

Foram quase seis mil pessoas inscritas apenas no percurso de 42 km. Um deles foi Lielson Tiozzo, um apaixonado pela ON SP City Marathon. "A SP City faz parte da minha vida de corredor. É uma prova com atmosfera diferenciada. Acompanhei o nascimento dela em 2016, quando estava começando na corrida de rua", disse.

Lielson já havia corrido os 42 km da prova outras vezes e foi para a edição deste ano em busca do seu recorde pessoal. "Fiz uma preparação muito boa. Optei por focar em longos com ritmos mais intensos e em blocos. Estava confiante que iria estabelecer meu novo RP na distância, de 3h18, que aconteceu nesta mesma SP City de 2017. Durante a preparação consegui minha melhor marca na meia-maratona, 1h26. Estava bem confiante".

O atleta, porém, sofreu com problemas estomacais ao longo da corrida e teve sua busca pelo recorde prejudicada.

Continua após a publicidade

As muitas facetas dos 21 km

O corredor Lielson Tiozzo
O corredor Lielson Tiozzo Imagem: Arquivo pessoal

Os desafios da ON SP City Marathon não ficam apenas no percurso de 42 km. Quem encarou os 21 km também teve que lidar com um trajeto técnico, com algumas curvas fechadas, e altimetria desafiadora - um marco das provas paulistanas que passam pelo centro.

"É um percurso bem desafiador e no centro tem muito sobe e desce", disse Gabriel Arassem, que usou a prova de hoje para se preparar para sua prova-alvo. "Comecei a treinar agora para as 10 Milhas Garoto, em setembro. Então essa prova foi só para rodar".

Apesar dos desafios, a organização compensou: além de diversos pontos de torcida, os corredores contaram com diferentes bandas ao longo do percurso - até um cover do Elvis Presley marcou presença, cantando e tirando foto com quem parava ao seu lado.

A estrutura também foi elogiada, tendo à disposição dos atletas ao longo da corrida diversos pontos de hidratação e de suplementação. "A prova tem hidratação a cada 3 km, o que é ótimo, além de isotônico em dois pontos e até gel de carboidrato", contou Thalita, que correu os 21 km da SP City pela segunda vez.

Continua após a publicidade

"Fiz a minha primeira meia, também na SP City, no ano passado e me apaixonei. Quero fazer por muitos anos!", falou animada. "Nesse ano meu objetivo era baixa de 2h, porque ano passado tinha feito em 2h07min. Aumentei minha frequência de treinos e me dediquei muito nesses últimos dias". Ela concluiu o percurso em 1h59min40s.

Todos os caminhos levam à superação

A corredora Adriana Burch
A corredora Adriana Burch Imagem: Arquivo pessoal

Quem também teve um desafio pela frente foi a corredora Adriana Burch. Diagnosticada com câncer de mama em janeiro, ela fez mastectomia total em fevereiro e, em março, começou a quimioterapia. Em poucos meses, mostrou bons resultados e teve liberação médica para correr.

"Como eu já treino desde 2017, minha oncologista foi me ajudando conforme meus exames. Após cinco dias da quimioterapia eu já treinava normal e, como já estava inscrita para 21 km, continuei o ciclo de treinamento correndo cinco vezes na semana e fazendo musculação três vezes na semana", contou.

Adriana tem no currículo seis maratonas e 22 meias-maratona, então contou com experiência de sobra para saber seus limites. "O tratamento do câncer me deixou limitada e não consegui performar como gostaria. Mas minha meta era completar em 2h40min e consegui fazer em 2h34min".

Continua após a publicidade

Carioca, cadeirante e maratonista

Tatiana Cibele é cadeirante e completou pela primeira vez uma maratona. "Eu já havia corrido uma meia-maratona antes, na Rio City Half Marathon, mas 42 km foi a primeira vez", contou. "Eu fiz 24 anos em julho e meu sonho era fazer uma maratona para comemorar".

Anne Dias disse que o trecho dos túneis foi o pior
Anne Dias disse que o trecho dos túneis foi o pior Imagem: Arquivo pessoal

Ela conta que fez uma preparação focada em boa alimentação e seguindo os treinos passados por seu professor. "Não sei nem te explicar, foi uma emoção, sabe? Percorrer São Paulo… eu vim sozinha pra cá e vim correr com pessoas que aqui de São Paulo eu não conhecia".

Ela contou com guias por todo o percurso, que a orientaram e ajudaram a superar os 42 km. "As subidas foram desafiadoras, mas eu treinei o suficiente no Rio de Janeiro porque me falaram que aqui em São Paulo tinham muitas subidas e descidas".

A atleta cruzou a linha de chegada em 5h40min e nem o fato de ter perdido alguns minutos na largada a desanimou. "Acabei perdendo a largada PCD, então oficialmente meu tempo é maior. Mas nada disso importa porque eu sou a mais nova maratonista".

Deixe seu comentário

Só para assinantes