Por que parece que câncer de intestino está afetando mais adultos jovens?
Daniel Navas
Colaboração para o VivaBem
30/07/2024 04h00
A hipótese mais provável e aceita é de que a exposição aos mesmos fatores de risco responsáveis pela incidência de câncer colorretal a partir dos 50 anos tenha se antecipado para pessoas mais jovens.
Esses fatores são o sedentarismo e a dieta com baixa ingestão de fibras e maior consumo de carne vermelha, álcool e alimentos ultraprocessados. Esse estilo de vida, que era comum em adultos e responsável por tumores após os 50 anos, agora surge na rotina dos mais jovens.
Por isso, o primeiro passo para tentar evitar o desenvolvimento do câncer de intestino é adquirir hábitos saudáveis, ou seja, incluir no dia a dia a prática de atividades físicas e uma dieta equilibrada.
Por mais que o câncer colorretal seja silencioso e na maioria das vezes os sintomas demorem para aparecer, existem alguns sinais de alarme para a doença. Entres os principais sinais estão:
Alteração do ritmo intestinal de início recente (quando um indivíduo que tinha o funcionamento intestinal normal passa a ter diarreia ou constipação);
Presença de sangue nas fezes;
Dor e cólica abdominal frequentes com mais de 30 dias de duração;
Perda de peso sem uma causa conhecida;
Cansaço;
Fraqueza.
Além dos sinais da doença, existem exames que podem ajudar na prevenção do câncer colorretal. O principal deles é a colonoscopia, geralmente indicada a partir dos 45 anos. Por ser um exame mais invasivo, com necessidade de preparo intestinal e de sedação durante o exame, seu uso em escala populacional pode ser difícil. Por isso, a alternativa é a pesquisa de sangue oculto nas fezes, que é um exame simples, de baixo custo e indicado para qualquer faixa etária.
Se a doença for detectada, os tratamentos vão depender do estágio do câncer de intestino. Nas fases iniciais, por exemplo, remoção por colonoscopia é indicada. Na maioria das vezes, a cirurgia é necessária e quase sempre é feita por técnica minimamente invasiva (laparoscópica ou robótica).
Já em estágios mais avançados, a quimioterapia passa a ser a modalidade mais importante. Para os tumores do reto (parte final do intestino), a radioterapia também tem papel muito importante no tratamento.
Fontes: Rosilma Barreto, coloproctologista do HU-UFMA (Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão), unidade da Rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares); Samuel Aguiar Jr, líder do Centro de Referência em Tumores Colorretais, do A.C.Camargo Cancer Center, em São Paulo; Sergio Araújo, presidente eleito da SBCP (Sociedade Brasileira de Coloproctologia) e cirurgião do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
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