Vergonha de dar tudo errado? 6 exercícios para vencer o medo de fracassar

Um estudo publicado no periódico Journal of Happiness Studies no dia 21 de junho revelou que um conjunto de exercícios denominado "configuração do medo" pode diminuir a vergonha e o constrangimento antecipados relacionados ao medo do fracasso.

Esses efeitos, juntamente com outros, como se sentir mais empolgado, inspirado e animado, aumentando a percepção de sucesso e motivando a ação, podem ser notados até uma semana após a prática desses exercícios.

As atividades envolvem seis etapas principais:

Definir um objetivo: escolha uma meta específica que você deseja alcançar.

Explorar seus medos: liste os possíveis resultados negativos associados ao seu objetivo e classifique-os em uma escala de um a dez, com base na probabilidade de ocorrerem. Isso possibilita que você os enfrente de maneira adequada e talvez perceba que alguns são bem improváveis.

Identificar ações preventivas: pense em ações que você pode tomar para prevenir ou minimizar esses medos.

Planejar ações corretivas: considere o que você faria para corrigir a situação se o medo se tornasse realidade.

Analisar os benefícios: liste os possíveis benefícios de alcançar seu objetivo, mesmo que você enfrente alguns dos medos listados.

Avaliar o custo da inação: pense nas consequências de não agir em direção ao seu objetivo.

Continua após a publicidade

Medo do fracasso pode ser até síndrome

Medo do fracasso somado à ansiedade extrema antes de realizar alguma tarefa importante seguida por procrastinação ou preparação em excesso para ela, além de necessidade de ser melhor que seus pares, perfeccionista e ter pensamentos de que os outros são sempre mais inteligentes pode indicar síndrome do impostor.

"Síndrome" não é exatamente uma doença —não consta no DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), livro elaborado pela Associação Americana de Psiquiatria e que elenca as diferentes categorias de transtornos mentais. Está mais para uma "experiência" a que quase todo mundo está sujeito.

A psicanalista e psicoterapeuta Dorli Kamkhagi, do Instituto de Psiquiatria da USP, acrescenta: "Não conseguir aceitar elogios e não estar aberto para receber outros tipos de demonstração de afeto também podem demonstrar a presença da síndrome de impostor. É como se houvesse um censor interno que está sempre a postos para sabotar iniciativas, boas atitudes, até a própria criatividade".

Nesse sentido, a psicoterapia é o melhor caminho. "É preciso trabalhar a visão que a pessoa tem de si mesmo, que em geral é muito negativa, para tentar entender o quanto há de distorção em relação à realidade", diz o psiquiatra Mario Louzã, coordenador do Programa de Déficit de Atenção e Hiperatividade do Adulto do Instituto de Psiquiatria da USP.

*Com informações de reportagem publicada em 18/04/2018

Deixe seu comentário

Só para assinantes