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Milium: aprenda a identificar e a tratar essa erupção que surge no rosto

O milium é mais comum em pessoas adultas do sexo feminino, mas também acomete os bebês Imagem: iStock

Colaboração para VivaBem, em São Paulo

02/08/2024 05h30

Com nome e aparência peculiares, os pequenos cistos endurecidos que aparecem na pele, com frequência no rosto, são chamados cientificamente de milium. A denominação foi inspirada em um gênero botânico de gramínea. Em latim se escreve millium, o plural é milia e, em português, escreve-se mílio.

Com formato arredondado e coloração esbranquiçada, a lesão cutânea se manifesta tanto em bebês quanto adultos, mas é mais comum em jovens do gênero feminino. São frequentes em peles oleosas ou em pessoas que usam maquiagens e cosméticos inadequados.

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É formado por queratina em uma cápsula composta de epitélio igual ao da pele. Muitos acreditam que o conteúdo seja sebáceo —gordura—, pelo aspecto, que pode ser, também, amarelado.

Possuem de 1 a 4 mm de diâmetro e costumam ser múltiplos, ocorrendo, ainda, em placa —com muitas lesões bem próximas.

A causa é a oclusão da saída do folículo piloso, bastante comum em peles acneicas, mas intercorrem em processos cicatriciais de queimaduras.

Tipos e características

No rosto, aparecem ao redor dos olhos, no nariz e região das bochechas, assim como, no tórax e nas regiões superiores do corpo. Porém, qualquer parte está sujeita.

São dois tipos existentes: os primários não acompanham nenhuma doença e os secundários são decorrentes de algumas dermatoses.

O primário ou congênito surge mais na face de forma espontânea. Os recém-nascidos apresentam múltiplos pontos brancos na face durante algumas semanas devido a uma retenção sebácea transitória, o processo regride de maneira espontânea.

Em adultos e adolescentes irrompem mais ou menos isolados nas bochechas, pálpebras, nariz e, por vezes, no couro cabeludo e na genitália.

O secundário aflora em qualquer parte do corpo, durante o processo de reparação de bolhas subepidérmicas, após trauma cirúrgico, dermoabrasão —procedimento realizado para suavizar problemas de pele— ou queimadura solar. Ocorre uma cicatrização anormal na pele e forma-se o milium.

Pode ainda estar associado a dermatoses raras, como epidermólise bolhosa distrófica, líquen atrófico, líquen escleroso, penfigoide bolhoso, pênfigos e porfiria cutânea tardia.

Os maiores são confundidos, muitas vezes, com cistos epidérmicos ou pequenos xantomas de pálpebras —conhecido como xantelasma, cuja causa é o enchimento de células com lipídios na derme que se caracteriza por placas moles e elevadas, de cor amarelada ou amarela-alaranjada, em geral, no canto interno das pálpebras, sinalizando uma provável dislipidemia (triglicerídeos elevados).

Ao contrário do xantelasma, miliuns são lesões inofensivas, que acometem apenas a pele.

Não cutuque!

A maioria das pessoas confunde o milium com cravos e tenta fazer a remoção em casa. Porém, como são pequenos cistos, eles não saem facilmente. É preciso um preparo adequado e profissional capacitado —dermatologista ou esteticista.

Manipular o milium sem higiene e cuidado necessários acarreta infecções, manchas e cicatrizes. Em casos mais brandos, usar um sabonete esfoliante ajuda a retirar as pequenas lesões e até impedir que novas surjam.

Já em se tratando de prevenção, não é algo tão simples, explicam os especialistas, porque muitas vezes a causa não é identificada, mas a recomendação é manter os cuidados gerais, como boa higiene, limpezas de pele regulares e evitar traumas.

Fontes: Karina Passos, dermatologista clínica, cirúrgica, estética e tricologista; Mario Cezar Pires, médico dermatologista; Seomara Catalano, médica dermatologista.

Referência: Dicionário de Dermatologia (2009), coordenação de Lídia Almeida Barros.

*Com informações de matéria publicada em abril de 2022.

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