Câncer no couro cabeludo pode ter feridas e manchas como sintomas iniciais

O couro cabeludo é local frequente para o surgimento do câncer de pele, mas identificar as lesões ou manchas que sinalizam a doença não é uma tarefa fácil de realizar sozinho. Em geral, a primeira pessoa a notar alguma alteração, segundo os especialistas, é o cabeleireiro.

É fundamental que esses indícios sejam levados a sério e que a pessoa procure imediatamente um dermatologista. Quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chance de cura.

Além de manchas vermelhas ou escuras, outros sinais na área da cabeça que devem chamar atenção são as feridas que não cicatrizam e o aparecimento de nódulos. O dermatologista deve questionar o paciente sobre surgimento de lesões de pele na região e examinar o local durante a consulta.

Áreas "esquecidas"

Não é só o couro cabeludo que deve fazer parte do rastreamento dos dermatologistas, mas também o cabelo, pelos, unhas e genitais. Pode acontecer de, durante uma consulta, o exame da região do couro cabeludo acabar sendo "esquecido" diante dos demais achados no corpo, portanto é fundamental que o dermatologista tenha uma forma metódica de exame e registro no prontuário do paciente para que essa situação seja evitada.

Em especial, o médico deve prestar atenção aos pacientes com histórico próprio ou familiar de câncer de pele, ainda que em outra região do corpo. O cuidado também deve ser redobrado com indivíduos de pele clara e com a idade avançada.

Maior risco

Há indivíduos com maior tendência para desenvolver câncer no couro cabeludo, como aqueles com alopecia androgenética (calvície). O risco é maior porque não há uma camada de proteção contra os raios ultravioletas, na ausência dos fios de cabelo.

Síndromes dermatológicas como o xeroderma pigmentoso e a Gorlin-Goltz também aumentam a incidência de tumores na região.

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Câncer escondido sob tatuagens

Mesmo com toda a atenção, muitas vezes os dermatologistas se deparam com fatores limitantes para o exame físico. É o caso de pacientes com a barba muito espessa, com tatuagens, esmalte na unha e apliques de cabelo.

Muitas vezes, pode ser necessário pedir ao paciente que retorne ao consultório após se preparar adequadamente (retirar esmalte, raspar a barba, cortar os cabelos) para que o exame adequado possa ser realizado.

Fonte: Daniel Gonçalves, dermatologista com atuação na área de oncologia cutânea e cirurgia dermatológica e membro titular da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).

*Com informações de reportagem de Alessandro Greco, da Agência Einstein, publicada em março de 2022.

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