4 fatores que aumentam glicose no sangue, além do que você consome

A glicose é uma substância que nos fornece energia para realizar tarefas. Além de ser produzida pelo corpo, ela pode ser obtida através da dieta, com o consumo de carboidratos e gorduras.

Para que a glicose entre nas células, ela precisa da ajuda de outro elemento muito importante: a insulina. Claro que essa dinâmica precisa estar harmônica para que os níveis de açúcar no sangue fiquem equilibrados. O problema é quando não há insulina suficiente, ou o trabalho de abrir as portas das células e permitir a entrada da glicose não é realizado de forma adequada.

Quando isso acontece, os níveis de açúcar no sangue ficam alterados, o que pode desencadear no desenvolvimento do pré-diabetes ou do próprio diabetes em si.

Alguns fatores podem facilitar essa alteração da glicose sanguínea, para além do que você come. Veja alguns a seguir.

1. Medicamentos

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Antibióticos, descongestionantes com pseudoefedrina ou fenilefrina, diuréticos, antidepressivos e, principalmente, os corticoides podem afetar as taxas de glicose no sangue.

"Esses medicamentos interferem no metabolismo do açúcar no próprio corpo ao aumentar a produção desta substância pelo fígado, como também fazer com que as células demorem mais tempo para usar este açúcar. Ou seja, a glicose fica disponível mais no sangue do que nas células", explica Augusto Santomauro, endocrinologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

2. Hora do dia

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Pela manhã, os níveis de açúcar no sangue podem ser mais altos, o que se torna preocupante em pessoas diabéticas. Isso acontece porque nesse período há um pico de uma série de hormônios que aumentam a glicose. Entre eles estão o cortisol, o hormônio do crescimento (GH), a adrenalina, a testosterona, para os homens, e o estradiol, para as mulheres.

Em quem não tem diabetes, mesmo com este aumento nos hormônios, a glicose deve se manter abaixo de 100 miligramas por decilitro. Se estiver maior, é preciso buscar ajuda médica. Medir o nível de glicose quando se acorda, em jejum, é recomendado para orientar o tratamento.

"Os melhores horários para realizar as glicemias são em jejum, antes do almoço, antes do jantar, duas horas após almoço e jantar e ao deitar. Estas orientações de horários são necessárias em diabetes tipo 1 e tipo 2 mal controlado, que necessita de correções da medicação", aponta Roberto Raduan, endocrinologista e coordenador do Departamento de Complicações Agudas e Hospitalares da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes).

3. Menstruação

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Assim como no jejum, as alterações hormonais que ocorrem no corpo da mulher, principalmente no período pré-menstrual, podem aumentar os níveis de glicose no sangue.

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Por isso, para as mulheres com diabetes, é importante conversar com o ginecologista e com o endocrinologista para que ambos apontem tratamentos adequados.

Para quem não tem a enfermidade, o próprio corpo consegue trabalhar para equilibrar esses valores.

4. Falta de sono

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Várias noites de insônia, ou sem o descanso necessário, podem causar distúrbios no metabolismo do nosso corpo. Isso porque vários hormônios ligados ao estresse, como o cortisol e a catecolamina, são liberados quando as noites não são reparadoras. O resultado disso é a elevação na glicose sanguínea, o que pode ser ainda mais grave para os diabéticos.

Além disso, o sono ruim piora o acúmulo de gordura visceral e predispõe a resistência insulínica, e ambos podem levar ao diabetes.

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Para ajudar no controle do açúcar no sangue, a matemática é simples: alimentação equilibrada, evitando o consumo de produtos industrializados, ultraprocessados e embutidos, além da prática de atividade física por, pelo menos, 30 minutos de três a quatro vezes na semana.

*Com informações de reportagem publicada em 16/08/2021

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