Azeite na geladeira ou no armário? Como guardar e preservar qualidade
O azeite, além de fazer bem à saúde, confere um sabor especial aos alimentos. Mas você sabia que isso se relaciona à sua armazenagem? Para que a vida útil do produto —e tudo o que ele representa de bom— seja prolongada, ele não pode ficar exposto ao oxigênio e à luz, em especial à solar, pois oxida e perde qualidade.
"A melhor opção para armazenamento do azeite, em termos de conservação, para mim, é a lata. Pois, por ser uma embalagem completamente escura, conserva os compostos nutricionais, tais como antioxidantes e vitaminas", opina Paula Lima, nutricionista do UDI Hospital, da Rede D'Or, em São Luiz (MA). As latas ainda são mais fáceis de empilhar e menos propensas à quebra, em comparação aos vidros.
Mas não é consenso médico. Para Andrea Ferrara, nutricionista pós-graduada pelo Hospital das Clínicas da USP e da Clínica Bottura (SP), os vidros, quando escuros, também protegem bem o azeite da degradação. "Prefiro as garrafas escuras por não apresentarem contato com material de aço ou alumínio, como acorre com as latas —que ainda podem apresentar corrosão, microfissuras, amassados", explica.
No armário geralmente é melhor
Em casa, o azeite, seja extravirgem, virgem ou refinado, deve ser guardado longe da incidência de luz direta, como já explicado, e ainda de fontes de calor. Então, nada de deixá-lo perto de janelas, do fogão ou da churrasqueira, por exemplo. O correto é armazená-lo em temperaturas amenas, pois assim, além de manter suas características nutricionais, preserva-se seu sabor, aroma, tonalidade e textura.
"O armazenamento do azeite deve ser feito em local seco, escuro e fresco. O ideal mesmo é mantê-lo dentro do armário, fechado, ou na despensa, porque, dessa forma, conseguimos controlar melhor a temperatura, não há tanta exposição à luz e ao calor e o azeite não irá sofrer nenhuma variação significativa, o que ajuda a mantê-lo íntegro", informa Edvânia Soares, nutricionista da Estima Nutrição (SP).
Nesse contexto, uma dica importante é prestar atenção à acidez do azeite, descrita na sua embalagem. Isso influencia diretamente o processo de oxidação. É que quanto menor a acidez, melhor será a qualidade do produto, pois ele oxidará menos. Além disso, verifique sua data de fabricação: se o azeite foi envasado há mais de ano, é indicado evitá-lo, pois o calor e o tempo podem torná-lo rançoso.
Na geladeira, em certas situações
Se a região em que se vive for muito quente, Soares diz que o azeite pode ser armazenado sob refrigeração, mas aconselha colocar o produto na prateleira do meio da geladeira, ou então em sua porta, pois nesses locais a temperatura é mais equilibrada, não tão fria. Ela continua que o azeite vai ficar mais turvo e espesso, por conta da cristalização dos ácidos graxos, mas que isso não afeta a qualidade.
Inclusive, pode beneficiar quem é diabético e tem restrições quanto ao consumo de alimentos ricos em gordura, como manteiga e margarina. "Deixar na parte mais alta e fresca da geladeira, no compartimento de frios, um recipiente contendo azeite extravirgem com alecrim e uma pitada de sal rende uma manteiga pastosa de azeite deliciosa e muito saudável", completa a nutricionista Andrea Ferrera.
Depois, para utilizar o azeite, seja em estado mais amolecido, para passar no pão, ou líquido, para temperar, ou cozinhar, como originalmente, basta retirá-lo da geladeira e deixá-lo sobre a bancada da pia por alguns minutos, em temperatura ambiente. Após usar, você pode guardá-lo de volta, no mesmo lugar. O processo repetido de liquefação e solidificação também não altera suas propriedades.
Como saber se não está bom
Dificilmente um azeite armazenado de forma correta e dentro do prazo de validade irá estragar. A não ser que ele tenha sido mal produzido ou mal embalado, ou tenha sofrido avarias. Portanto, é mais comum sua oxidação quando cometidos deslizes no armazenamento, afetando de maneira mais perceptível seu aroma, textura e sabor, que se tornam desagradáveis, impossibilitando seu consumo.
"O ideal, para perceber se um azeite não está bom (para consumo), é fazer sua degustação e isso independe da data estampada na embalagem", comenta Paula Lima. A nutricionista, em conformidade com as demais, aponta que o azeite estando ruim fica rançoso, com sabor amargo e odor forte. Sua cor perde brilho, fica opaca, e sua consistência deixa de ser fluida, aproximando-se de verniz.
Para quem gosta de transferir o azeite para outros recipientes, decorativos, prefira os de porcelana ou vidro. Materiais porosos, que ficam com superfície melada ou oleosa, devem ser evitados. Em conserva, com outros alimentos (ervas finas ou azeitonas, por exemplo), o consumo do azeite não deve exceder mais de duas semanas, para não degradar. A fim de preservar suas características, também o estoque em pequenas quantidades e, depois de aberto, não exceda seis meses.
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