Bob Esponja tem autismo? Resposta do dublador repercute sem querer
Tom Kenny, a voz original de Bob Esponja, em inglês, viralizou nas redes sociais ao comentar o possível autismo do personagem, durante a Motor City Comic Con 2024, em Detroit (EUA). "Bob Esponja também está meio que no espectro como personagem", afirmou o dublador.
Em uma entrevista à Entertainment Weekly no final de julho, ele contou que foi a primeira vez que fizeram uma pergunta do tipo para ele. "Uma pessoa que claramente estava no espectro se aproximou de mim e perguntou: 'O Bob Esponja é autista?'. Eu disse: 'Sabe de uma coisa? Esse é o superpoder dele, assim como é o seu superpoder'", contou.
Mas o dublador revelou que "nunca teve a intenção" de que essa informação fosse divulgada, destacando que foi um momento compartilhado com aquele fã.
Eu não sou médico e Bob Esponja é um personagem fictício, então realmente não estou qualificado para falar sobre isso. Tom Kenny, a voz original de Bob Esponja
"Foi um momento agradável e eu nunca quis que isso se tornasse público ou algo do tipo. Foi apenas um momento privado que compartilhei com um fã, mas parece que tem sido empoderador e útil para muitas pessoas", disse.
Sinais do autismo
Os sinais do TEA (transtorno do espectro do autismo) costumam aparecer antes dos três anos de idade. Crianças com autismo tendem a se apegar a objetos e rotinas específicas e apresentar déficit de comunicação e interação social. Pode haver também hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais, como luz, sons e dor.
A deficiência intelectual é outra característica que se apresenta em diferentes graus em aproximadamente 30% a 50% dos casos de autismo, e cerca de metade das pessoas com TEA tem algum distúrbio psiquiátrico, como bipolaridade, depressão, ansiedade, déficit de atenção e hiperatividade.
Algumas pessoas também podem apresentar condições como insônia, epilepsia, alterações metabólicas, anormalidades do trato digestivo e no sistema imune, e deficiências auditivas ou visuais.
O diagnóstico é baseado somente em observação do comportamento. Para fechá-lo, é importante ter uma equipe multidisciplinar, com profissionais como neurologistas, psiquiatras, psicólogos, fonoaudiólogos e pedagogos.
Cada pessoa com autismo é única, com diferentes pontos do desenvolvimento comprometidos. Por isso, o ideal é que cada paciente tenha um acompanhamento personalizado, englobando terapia ocupacional, fonoaudiologia, intervenções educativas. Mas é difícil encontrar uma instituição pública que tenha toda essa estrutura, e as particulares têm um custo alto. Nádia Isaac da Silva, pesquisadora sobre autismo
*Com informações de reportagem publicada em 07/05/2023
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