9 alimentos que não devem ficar na geladeira, apesar de brasileiro insistir

No Brasil, é comum que as pessoas guardem na geladeira alimentos que não necessariamente precisam ser refrigerados. Isso pode pode trazer alguns inconvenientes e riscos à saúde, como:

Perdas de sabor, textura e nutrientes;

Cheiro estranho, tanto no interior da geladeira como nos alimentos;

Maturação interrompida, especialmente de frutas;

Mofo, umidade, germinações e contaminações.

Por isso, tenha em mente que na geladeira só devem ser armazenados alimentos que se deterioram rápido, facilitam a proliferação de bactérias e já foram abertos:

Vegetais folhosos;

Todo tipo de carne crua e peixe;

Sobras de alimentos cozidos, fritos, assados, ensopados;

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Laticínios: leite aberto, queijos frescos, iogurtes e outros produtos lácteos;

Frutas sensíveis: morango, uva e frutas fatiadas ou picadas;

Alimentos industrializados em uso: maionese, ketchup, sucos de caixinha, molhos e conservas.

O que deixar fora da geladeira

Veja a seguir quais alimentos devem ser mantidos fora da geladeira. Alguns deles, idealmente, pelo frescor e segurança, devem ser comprados toda semana.

1. Alho

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O alho é um bulbo, parente da cebola. Assim como sua "prima", não deve ser mantido na geladeira, que é um ambiente úmido, por correr o risco de mofar, amolecer, crescer brotos, além de ter o seu sabor alterado, tornando-se menos intenso.

Onde guardar: o ideal é armazenar o alho em um local fresco, seco e bem ventilado, como numa cesta, por exemplo. Se você já picou ou triturou o alho, pode guardá-lo na geladeira em um recipiente fechado, mas é melhor usá-lo o mais rápido possível.

2. Batata

A batata é um tubérculo rico em carboidratos, especialmente amido. Por esse motivo, quando crua, não deve ser mantida na geladeira, pois em temperaturas muito baixas, o amido presente nela se transforma em açúcar, alterando seu sabor, que fica mais adocicado. A textura também muda, fica mais dura e granulada após o cozimento. Fora que ela se deteriora mais rapidamente no frio.

Onde guardar: é preferível manter as batatas, assim como outros vegetais com muito amido (abóbora, inhame, mandioca) em um local arejado, como uma fruteira. Evite apenas a exposição direta à luz solar e não lave antes de armazenar, para não remover a camada natural de proteção e torná-los mais suscetíveis a microrganismos.

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3. Tomate

A refrigeração pode alterar o aroma e o sabor do tomate, especialmente quando ele é armazenado em temperaturas abaixo de 12°C. Além disso, o frio da geladeira pode fazer com que o tomate fique mais mole e perca sua textura firme, em parte por interromper seu processo natural de amadurecimento.

Onde guardar: em temperatura ambiente, em um local fresco e bem ventilado, longe do calor e da luz direta. Esse cuidado permite ao tomate amadurecer e ajuda a manter sua qualidade por mais tempo.

4. Café

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O frio até pode prolongar a duração do café, mas junto com a umidade afeta seu sabor e aroma (eles perdem a intensidade). Na geladeira, o café também acaba absorvendo odores de outros alimentos e, se não bastasse, a mudança constante de temperatura, ao tirá-lo e colocá-lo de volta, pode comprometer a qualidade e os nutrientes, seja em grãos ou em pó.

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Onde guardar: produtos não perecíveis, como café e ainda farinha de trigo, milho, feijão cru, entre outros, devem ser estocados em recipientes escuros e herméticos, prevenindo a entrada de luz, umidade e evitando a absorção do cheiro de outros alimentos.

5. Pão

A baixa temperatura da geladeira acelera um processo chamado retrogradação, em que as moléculas de amido do pão recristalizam mais rapidamente. Isso faz com que ele fique duro, seco e quebradiço muito mais do que se estivesse em um local de temperatura ambiente. Além de se tornar menos agradável ao paladar.

Onde guardar: para manter o pão fresco por mais tempo, deixe-o dentro de um saco de papel ou embrulhado em pano. Se precisar conservá-lo por um período mais longo, congele-o em fatias. Depois é só descongelar e regenerá-lo no forno.

6. Óleo

Os de soja, canola, girassol, coco, compostos por gorduras líquidas, tendem a se solidificar na geladeira, mudando ainda de textura, cor e sabor, afetando inclusive os alimentos preparados com eles. Essa mudança de estado físico dificulta o uso imediato do óleo, sendo necessário esperar que ele volte ao normal para ser empregado para cozinhar.

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Onde guardar: para manter a qualidade do óleo, é melhor armazená-lo em um local fechado e de temperatura amena, como o armário, e longe ainda de fontes de calor, como fogão e churrasqueira.

7. Mel

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O mel —e isso também vale para o açúcar— não deve ser mantido na geladeira porque, com o resfriamento, tende a cristalizar e endurecer. Isso ocorre devido à presença de glicose em sua composição —ela forma pequenos cristais quando submetida ao frio. Embora a cristalização não altere as propriedades nutricionais do mel, pode mudar sua textura, tornando-o mais difícil de usar.

Onde guardar: é preferível armazenar o mel em um local fresco e seco, longe da luz e do sol, em um recipiente bem fechado. Se o alimento cristalizar, é possível reverter o processo aquecendo-o em banho-maria, até voltar ao estado líquido. Para afastar insetos, como formigas, coloque um pedaço de algodão umedecido com álcool na despensa.

8. Frutas tropicais

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Banana, abacaxi, mamão, maracujá são frutas que amadurecem em temperatura ambiente, após serem colhidas. Logo, não devem ir para a geladeira quando não estão totalmente maduras, pois o frio acaba interrompendo o processo de maturação e, por consequência, pode comprometer sua textura e seu sabor.

Onde guardar: coloque-as em uma fruteira ou em um saco de papel, se quiser acelerar seu processo de amadurecimento. Após atingirem o ponto ideal, você pode refrigerá-las, para prolongar sua vida útil. É o caso da banana, que se já estiver madura, na geladeira não estraga tão rapidamente, mas pode escurecer.

9. Frutas com caroço

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Pêssego, ameixa, manga e abacate também não devem ser colocados na geladeira, sobretudo em gavetas. É que muitas frutas com caroço produzem etileno, um gás que acelera o amadurecimento, mas que na geladeira pode se acumular e causar uma maturação irregular ou até apodrecimento precoce.

Onde guardar: para melhor conservação, o ideal é deixar essas frutas amadurecerem em temperatura ambiente e só refrigerá-las quando estiverem muito maduras, se necessário.

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Extra: ervas delicadas

Hortelã, manjericão, salsinha e cebolinha não devem ficar soltos dentro da geladeira, pois assim murcham, perdem aroma e sabor, escurecem e estragam.

Onde guardar: na geladeira, mas coloque essas ervas em potes de vidro com tampa hermética ou em sacos plásticos com um pouco de ar dentro. Também é possível envolvê-las em papel toalha úmido antes de colocá-las no recipiente. Assim, você garante uma umidade ideal e evita que as folhas amassem. Ao guardar, coloque os recipientes nas prateleiras mais baixas e longe das paredes, para evitar que as folhas congelem ou queimem com o ar frio.

O que não congelar?

Vegetais ricos em água e crus: melancia, uva, melão, pepino, batata e maçã tendem a perder água e textura e ficam moles quando descongelados.

Verduras, como alface, espinafre e outras folhagens: murcham e alteram de textura.

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Ovo na casca: a expansão do líquido interno pode fazer com que ele se quebre e contamine.

Creme de leite, maionese e molhos à base de farinha ou amido: com o congelamento, os ingredientes se separam, alterando a textura, e não voltam à consistência original após o descongelamento.

Laticínios com baixo teor de gordura: iogurtes, requeijão e cream cheese pobres em gordura ficam com textura aquosa quando descongelados. Isso vale ainda para queijos frescos (ricota, cottage, minas frescal), que podem ficar granulados.

Frituras: perdem a crocância e ficam moles.

Massas cozidas, como macarrão: ficam amolecidas e ensopadas após o descongelamento.

Gelatina e pudim: perdem a estrutura e ficam líquidos quando descongelados.

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Caso queira congelar vegetais crus (brócolis, cenoura, abóbora) é necessário passá-los por um "branqueamento", uma técnica de conservação de alimentos que ajuda a preservar cor, textura, sabor e valor nutricional antes do congelamento. O processo consiste em submeter os alimentos a um choque térmico, mergulhando-os em água fervente por um curto período e, em seguida, resfriando-os rapidamente em água gelada.

Aqui, um passo a passo básico:

  1. Higienização: lave bem os vegetais e corte-os em pedaços do tamanho desejado;
  2. Cozimento rápido: coloque os vegetais em uma panela com água fervente por um tempo específico (em geral entre 1 e 4 minutos, dependendo do tipo de vegetal);
  3. Resfriamento rápido: retire os vegetais da água fervente e mergulhe-os imediatamente em uma tigela com água gelada e gelo para interromper o cozimento;
  4. Secagem e armazenamento: escorra bem os vegetais, seque-os e armazene-os em sacos plásticos próprios para congelamento, removendo o excesso de ar.

Essa técnica ajuda a inativar enzimas que causam o escurecimento e a perda de qualidade dos alimentos, permitindo que eles sejam armazenados por até três meses no congelador.

Fontes: Carolina Böettge Rosa, professora do curso de nutrição do Centro Universitário Cesuca (RS); Larissa Mazocco, professora do curso de nutrição do UDF (Centro Universitário do Distrito Federal); Lucas dos Santos Gonçalez de Brito e Thaisi Aparecida Silva Castro, nutricionistas do HNipo (Hospital Nipo-Brasileiro), de São Paulo; Paula Lima, nutricionista do UDI Hospital, da Rede D'Or, em São Luís (MA).

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