Pedro Scooby diz que gosta de beijo grego: 'linguadinha' é perigosa?

O surfista Pedro Scooby, de 36 anos, participou do programa 'Surubaum' e falou sobre as suas preferências sexuais. No bate-papo com Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, ele contou que gosta do beijo grego na hora do sexo: "A linguadinha é maneiríssimo".

Há riscos na prática sexual?

Apesar de prazeroso —uma vez que o ânus está repleto de terminações nervosas—, essa variação de sexo oral pode ser arriscada à saúde e também exige cuidados. Isso porque existem muitos microrganismos causadores de doenças que podem habitar essa região.

Para quem dá o beijo grego, o risco é justamente contrair vírus, bactérias ou parasitas, especialmente se na boca da pessoa houver alguma ferida ou afta, que pode se tornar uma porta de entrada para os agentes infecciosos.

Entre as ameaças estão: hepatites, gastroenterites, HPV (papiloma vírus), sífilis, herpes e outras IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis).

A boca também pode contaminar a região anal e trazer riscos para quem recebe o beijo. Isso pode acontecer se a pessoa que dá a lambida estiver com herpes tipo 1 (labial), candidíase oral ou gonorreia orofaríngea, por exemplo. Com o sistema imunológico enfraquecido, o risco de ser infectado é maior.

Colocar a boca nos genitais após ter tido contato inicial com o ânus também pode causar a migração da bactéria Escherichia coli para a uretra ou para o epidídimo (canal localizado atrás dos testículos), ocasionando infecções dolorosas.

Veja como se proteger:

O primeiro cuidado recomendado pelos médicos é higienizar o ânus com água e sabão antes do ato sexual preliminar. É necessário usar preservativo ou "dental dam" (folha de látex usada como barreira dental) na língua.

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A proteção é importante para impedir que haja contato direto de mucosas (boca e ânus), situação que, em qualquer tipo de sexo oral, pode levar a uma contaminação.

O beijo grego não deve ser realizado se a pessoa estiver com infecções, lesões ou sangramentos.

Outras infecções que podem ser transmitidas no sexo oral desprotegido

Sífilis: caracteriza-se pelo surgimento de lesões, primeiramente nos órgãos genitais, e depois em todo o corpo. Porém, é possível ter a doença sem sintomas. Tanto quem recebe quanto quem faz pode contrair a sífilis, que pode levar a complicações cardiovasculares e nervosas.

Gonorreia: provoca a inflamação do canal urinário e pode se alastrar para outros órgãos. Costuma ter sintomas, mas quando há infecção no trato genital feminino por gonorreia é mais frequente ser assintomático. Mulheres que tiveram a doença sem sintomas podem ter dificuldade para engravidar. Existe transmissão por sexo oral para os dois envolvidos no ato. O contato com a ejaculação ou secreção é mais infectante, mas pode ser transmitida apenas pelo contato, mesmo sem lesões.

Herpes: caracteriza-se pelo surgimento de pequenas lesões dolorosas, podendo ser na genital ou na boca. A doença pode ser transmitida só de encostar a ferida na pele, podendo ser no beijo e no sexo oral —tanto quem faz quanto quem recebe pode se contaminar.

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HPV: o vírus do papiloma humano (do inglês human papiloma virus) é uma infecção sexualmente transmissível e ataca, especialmente, as mucosas (oral, genital ou anal), tanto nas mulheres como nos homens. De 30% a 40% dos infectados têm evidências físicas, como uma verruga, da doença. Caso a pessoa esteja com essa lesão primária, ela possui uma alta carga viral e no sexo oral, só pela fricção, já transmite o microrganismo.

Clamídia: provoca inflamação nos canais genitais e urinários, e pode causar infertilidade. A clamídia pode ser transmitida durante o sexo oral para ambos os participantes, mas o contato com o esperma eleva os riscos.

Hepatites A, B e C: cada hepatite tem o seu modo de operação. A hepatite B é causada pelo vírus VHB. A transmissão se dá principalmente pelo contato sexual com uma pessoa infectada, seja pelo sêmen, seja pela secreção anal ou vaginal. O vírus da hepatite A pode ser transmitido a partir de qualquer atividade sexual com uma pessoa infectada. Apesar de não ser comum, a hepatite C também pode passar contato sexual.

*Com informações de reportagem publicada em 06/12/2022.

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