Magnetogenética: controlar cérebro é possível em animais. E em pessoas?

Na Coreia do Sul, cientistas estão utilizando a magnetogenética para influenciar o comportamento de animais por meio de campos magnéticos. Em testes com roedores, eles conseguiram ativar circuitos neurais específicos sem usar fios, mas ímãs, induzindo comportamentos como a busca por alimentos. Os resultados foram publicados em 2 de julho na revista Nature Nanotechnology.

A técnica, chamada Mind, sigla para interface magnetogenética para neurodinâmica, em português, é a primeira a controlar regiões cerebrais específicas usando campos magnéticos, segundo Cheon Jinwoo, diretor do Centro de Nanomedicina do IBS (Instituto para Ciência Básica) e um dos autores do estudo. Ele acredita que essa tecnologia será valiosa para pesquisas sobre funções cerebrais.

Cérebro animal sob comando

Nos experimentos, os pesquisadores ativaram neurônios associados a comportamentos maternos, fazendo com que fêmeas sem filhotes exibissem esses comportamentos.

Além disso, ao direcionar campos magnéticos para o hipotálamo lateral, eles conseguiram aumentar o apetite dos camundongos em 100%. Em outro teste, a ativação de neurônios excitatórios reduziu o apetite em mais de 50%.

Embora os resultados em animais sejam promissores, a aplicação em humanos é complexa devido à maior quantidade de neurônios e questões éticas e de segurança.

A magnetogenética se aproxima do conceito de controle mental, tornando difícil a realização de estudos clínicos futuros. Comparativamente, as interfaces cérebro-máquina (BCI) da Neuralink levaram anos para serem testadas clinicamente, destacando a distância de experimentos com magnetogenética em humanos.

Finalizado 2º implante de chip humano

Elon Musk segura implante cerebral da Neuralink
Elon Musk segura implante cerebral da Neuralink Imagem: Reprodução/YouTube

A Neuralink realizou um implante cerebral em um segundo paciente, de acordo com o CEO da empresa, Elon Musk. O objetivo do chip é devolver a pessoas paralisadas a capacidade de usar aparelhos digitais por meio do pensamento.

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No começo do ano, ocorreu o primeiro implante cerebral pela Neuralink. Desde então, o paciente foi capaz de fazer publicações nas redes sociais, navegar pela internet, movimentar os cursores do laptop, entre outros feitos.

Em um podcast apresentado por Lex Fridman, Musk afirmou que o segundo indivíduo envolvido na iniciativa científica tem uma lesão medular semelhante à do primeiro, Noland Arbaugh, que havia sido paralisado após um acidente de mergulho. Ainda segundo o bilionário, 400 dos eletrodos colocados no segundo paciente estão funcionando.

"Não quero dar azar, mas parece que deu tudo muito certo com o segundo implante", declarou Musk. "Está funcionando muito bem." A data da segunda cirurgia não foi revelada de acordo com a agência de notícias Reuters.

Arbaugh contou, também em entrevista ao podcast, que, com o implante, basta pensar sobre o que ele quer que aconteça na tela do computador para que o dispositivo faça o pensamento se tornar realidade. Isso teria lhe dado mais independência em relação aos seus cuidadores.

É importante lembrar que a Neuralink ainda está testando o chip cerebral, que continua em fase de teste. Musk diz ter expectativas de operar outros oito pacientes ainda neste ano.

*Com informações de reportagem publicada em 05/08/2024

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