Mpox: por que vacinação em massa contra doença não é recomendada

A mpox foi declarada uma emergência sanitária global pela OMS nesta quarta-feira (14). A entidade espera que o alerta mobilize recursos internacionais para ampliar a produção de vacinas, mas a imunização em massa ainda não é recomendada.

Quem deve se vacinar contra mpox?

No momento, a vacina é indicada apenas para grupos de risco. A OMS recomenda que a imunização se concentre apenas em pessoas que tiveram contatos próximos com um caso confirmado ou provável de varíola dos macacos. Segundo a entidade, a vacinação em massa "não é necessária nem recomendada".

A estratégia de vacinação se divide em dois momentos:

Antes da exposição à doença

  • Pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA): homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais, com idade igual ou superior a 18 anos, e com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses.
  • Profissionais de laboratório que trabalham diretamente com Orthopoxvírus em laboratórios com nível de biossegurança 2 (NB-2), de 18 a 49 anos de idade.
  • Pessoas que fazem profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP): em junho de 2023, o Ministério da Saúde emitiu nota técnica para ampliar a imunização a esse público, de acordo com disponibilidade das doses.

Após a exposição à doença

  • Pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas, prováveis ou confirmadas para mpox, com risco alto ou médio.

Por que não se recomenda vacina para todos?

O Brasil tem risco baixo para o atual surto, segundo avaliação do Ministério da Saúde. Neste ano, o país registrou 709 casos confirmados ou prováveis de mpox, ante os 10 mil casos notificados em 2022, durante o pico da doença. De 2022 para cá, 16 mortes foram registradas, sendo a mais recente em abril de 2023. Por isso, os esforços estão concentrados em controlar a disseminação da doença e vacinar quem está em alto risco.

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Quais são as vacinas disponíveis?

Existem três no mundo, mas só duas atualmente utilizadas são recomendadas pela OMS: a ACAM2000, licenciada em 2007, e a mais recente MVA-BN, também conhecida como Imvanex, Imvamune ou Jynneos.

Há vacinas para mpox no Brasil?

Sim, a Jynneos. Produzida pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, ela é feita com o vírus vaccínia vivo enfraquecido, que não se reproduz na pessoa que o recebe, ou seja, não causa doença grave. A aplicação é subcutânea, com seringa e agulha, e requer duas doses, sendo a segunda administrada quatro semanas após a primeira.

A vacina da varíola humana protege contra a mpox?

Sim, estudos apontam que a vacinação prévia contra varíola pode ser eficaz contra a mpox em até 85%. Isso ocorre porque ambos os vírus pertencem à mesma família e, portanto, existe um grau de proteção cruzada devido à homologia genética entre eles. Entretanto, como a varíola humana foi erradicada há mais de 40 anos, atualmente não há vacinas disponíveis para o público em geral.

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*Com informações da OMS, Ministério da Saúde, Agência Brasil e Manual MSD

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