Vida parece chata? 10 sinais de que você vive no piloto automático

Viver em modo piloto automático é como se estivéssemos operando sem nos darmos conta do que estamos fazendo, sem uma reflexão consciente ou conexão com o momento presente. Em geral, pessoas que acabam agindo dessa forma levam uma rotina muito atarefada, mas desinteressante, sem prazer no que faz.

Eventualmente, agir como se estivéssemos ausentes de nós mesmos, numa falta de intencionalidade, é até tolerável, pois não é sempre que estamos nos nossos melhores dias. Mas, quando isso se torna um hábito, pode levar a uma queda de rendimento, conflitos pessoais e profissionais e prejudicar o mental e emocional.

Veja a seguir alguns sinais de quando se está nesse estado de automatismo:

1. Faz coisas sem pensar

O sujeito fica constantemente distraído durante afazeres ou interações sociais, podendo parecer desinteressado ou desatento. Não se lembra se já entregou tal coisa, ou se falou com determinada pessoa. Quando não estamos plenamente atentos ao momento atual, mas não necessariamente pensando em algo, é como se o cérebro estivesse atordoado.

2. Tudo parece previsível

Você já sabe como será seu dia em detalhes: para onde vai, o que fará, com quem estará, o que vai comer, que horas sairá e retornará. Embora rotina e planejamento sejam importantes, excesso de previsibilidade deixa de nos surpreender, tanto de forma positiva como negativa. Se tudo for meticulosamente planejado, perde-se a oportunidade de aprender com experiências e incertezas.

3. Prefere zona de conforto

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Imagem: iStock
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Uma rotina rígida pode levar à estagnação. Sem espaço para novas oportunidades, crescimento ou mudanças, a pessoa se sente insatisfeita e presa. Por outro lado, no automático, sem saber o que quer e já acostumada ao que faz, prefere o que é mais fácil e evita desafios e riscos, permanecendo na zona de conforto, sem progredir em diferentes áreas da vida e sempre desmotivada.

4. Não valoriza seus esforços

Seu dia costuma ser muito demandado, mas, ao final dele, você se pergunta o que realmente realizou de edificante? A sensação pode ser a de correr, mas sem sair do lugar. No piloto automático, a pessoa se comporta como um robô de bateria fraca, executando tarefas sem vivenciá-las com plenitude. Quando ela não reconhece o próprio esforço, fica desmotivada e com a autoestima lá embaixo.

5. Não tem criatividade

Ao realizar as mesmas tarefas todos os dias, nossa criatividade pode dar uma pausa. É como se o cérebro, até então um "artista talentoso", fosse forçado a pintar a mesma paisagem diariamente. No começo, essa paisagem pode até ser linda, mas depois de um tempo, tudo perde cor. A repetição e a falta de estímulos constante sufoca nossa capacidade inventiva, tornando a realidade entediante.

6. Não se conecta emocionalmente

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Imagem: praetorianphoto/Getty Images

Ao realizar ações de forma mecânica, sem prestar atenção aos detalhes, o sujeito se sente distante de suas próprias emoções e sentimentos, seja em relação ao que faz ou às pessoas. Você pode ver os outros rindo juntos de uma piada ou acontecimento, mas não acha graça ou não sente a alegria que normalmente acompanha esse momento.

7. Sente que está apenas existindo

Distante do "eu interior" e dos próprios desejos e valores, o indivíduo percebe que não tem vivido de verdade e experimenta um vazio existencial. Essa percepção se manifesta quando alguém se sente sem propósito ou significado. É como se a vida perdesse sentido e questionamentos como "será que tomei a decisão correta?" ou "qual caminho eu deveria estar seguindo?" surgissem incessantemente.

8. Não consegue planejar o futuro

A ausência de um propósito claro na vida pode levar à incapacidade de estabelecer metas ou sonhar, uma vez que a pessoa se sente perdida e sem direção. Isso torna as coisas ainda mais complicadas, pois a sensação de vazio interno pode ser agravada quando não há perspectivas futuras, logo faltam razões convincentes para se esforçar ou se comprometer com algo, em querer progredir.

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9. Fica imerso ao que não agrega

Quando estamos entediados, ou não engajados em atividades significativas, nossa mente tende a vagar para pensamentos aleatórios ou inúteis. Às vezes, isso se torna um hábito e pode prejudicar o foco. Sem perceber, pode levar a um desperdício de tempo e energia. Outro comportamento similar é navegar nas redes sociais, mas sem prestar atenção em nada, buscando apenas um escape.

10. Cansaço é a definição do dia

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Imagem: Koldunova_Anna/Getty Images/iStockphoto

Pensamentos e ações constantes, estando com a mente no automático, drenam energia, bem como a ruminação de problemas e preocupações, configurando um padrão negativo. Pessoas que agem dessa forma tendem frequentemente a se sentirem cansadas, físico e emocionalmente, pois não chegam a soluções ou insights significativos. Com o tempo e sem tratamento, chegam a um esgotamento.

Como sair do modo automático de viver

Antes de tudo, é necessário desejar sair desse estado e se empenhar para que isso aconteça. Sem saber por onde começar e só visualizando problemas, procure um especialista em saúde mental. Ao desenvolver o autoconhecimento, o sujeito descobre o que o motiva, quais são suas habilidades e o que requer desenvolver para evoluir. Complementarmente, aqui estão mais dicas que podem ajudar:

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Pratique atenção plena: técnicas de respiração e concentração no momento presente (mindfulness) visam alcançar um estado de presença e consciência intencional. Ajudam a combater pensamentos dispersos, ansiedade e depressão.

Estabeleça metas pessoais: defina objetivos significativos para dar propósito à sua vida. Depois, anote-os. Isso torna o compromisso mais real e ajuda a manter o foco. Quebre ainda sua meta em etapas menores e defina prazos para cada uma.

Mude pequenas atitudes diárias: faça escolhas conscientes para suas ações cotidianas. Nesse processo, avalie as possibilidades, considere diferentes modos de fazer. Ao tomar decisões, informe-se antes e filtre muito bem opiniões alheias.

Viva o momento: aprecie as pequenas coisas do seu dia a dia e evite pensar excessivamente no futuro. Procure também não se apegar às coisas do passado.

Aprenda a dizer "não": defina limites e priorize o que é importante para você. Com dificuldades, comece com pequenos passos. Recuse pedidos simples e vá aumentando gradualmente. Use frases como "desculpe, mas não posso fazer".

Varie sua rotina: experimente comidas novas, caminhos alternativos e até mudanças de aparência. Nas horas livres, busque não só ficar em casa. Reserve tempo para atividades prazerosas, como hobbies e exercícios.

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Pratique a gratidão: agradeça pelas pequenas conquistas e momentos positivos. Reserve alguns minutos todos os dias para escrever no seu diário três coisas pelas quais você é grato. Espalhe ainda gentileza, elogios, sorrisos.

Faça pausas: quando nos envolvemos em atividades prolongadas, a fadiga afeta nosso desempenho. Já as pausas permitem nossa recuperação, desbloqueiam o potencial criativo e ainda melhoram a capacidade de concentração e o raciocínio.

Fontes: Landerson Martins, psicólogo e professor do Unipê (Centro Universitário de João Pessoa); Roselene Espírito Santo Wagner, neuropsicóloga pela Universidade Estácio de Sá (RJ); Yuri Busin, psicólogo, mestre e doutor em neurociência do comportamento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP).

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