Meu marido está com sífilis; ele me traiu ou doença demora para aparecer?

Se o parceiro tem sífilis e não tratou a doença, ela pode sim, a depender do estágio, permanecer latente, ou seja, sem sintomas, por muito tempo, inclusive dez anos ou mais.

Já se o parceiro sexual teve alguma relação extraconjugal com alguém infectado, ele também pode contrair a doença e transmitir para outra pessoa pela via sexual.

Sífilis tem três fases evolutivas

Na primária, o sintoma é uma ferida única, em geral indolor, no local em que a bactéria entrou no organismo (geralmente órgãos genitais, boca ou ânus). Essa ferida é chamada de cancro duro e pode aparecer entre dez e 90 dias após o contágio.

Na sífilis secundária, os sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do surgimento da doença e cicatrização da ferida da fase primária. Os sinais na secundária são:

Manchas avermelhadas em diversas partes do corpo, sendo mais comum em palma das mãos e plantas dos pés. As lesões são indolores e não coçam;

Febre;

Mal-estar;

Linfonodos palpáveis pelo corpo, ou seja, os gânglios linfáticos que existem em nosso corpo incham a ponto de sentir ao tocar a região, que pode ser no pescoço, virilha etc.

Já na sífilis terciária, que pode surgir de dois a 40 anos após o início da infecção, os sintomas são mais sérios, e podem levar inclusive à morte. Os sinais são:

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Problemas cardíacos;

Problemas no sistema nervoso central e vasos sanguíneos com alteração de coordenação;

Paralisia;

Demência;

Hemorragias.

A sífilis latente, que é o período entre cada etapa do desenvolvimento da bactéria no corpo (fases primária, secundária e terciária) não possui sintomas visíveis e pode durar anos, sendo diagnosticada somente através do exame laboratorial.

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Tratamento visa matar bactéria

Após o diagnóstico, o tratamento visa matar a bactéria, evitando complicações graves e a transmissão da doença. A terapia se baseia no uso de antimicrobianos. Em geral, a penicilina benzatina (Benzetacil) é o medicamento de escolha.

Importante entender que não é só a pessoa que foi diagnosticada com a sífilis que deve passar pelo tratamento. A terapia deve ser disponibilizada para o seu parceiro sexual, mesmo que o mesmo não tenha sintomas. O objetivo é interrupção da cadeia de transmissão da doença e evitar reinfecções.

Após a conclusão do tratamento medicamentoso, o paciente deve realizar outro exame VDRL. Nele, será avaliado se o tratamento fez ou não efeito.

Fontes: David Uip, diretor nacional de infectologia da Rede D´Or; Liliane Granjeiro, infectologista do Hospital São José de Doenças Infecciosas, em Fortaleza; Thallyta Antunes, infectologista do HU-UFPI (Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí), ligado à Rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).

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