Cachorro de estimação reduz ansiedade e depressão, diz estudo de Harvard

Em um estudo publicado no JAMA Network Open em 1º de agosto, pesquisadores da Universidade Harvard (EUA) descobriram que o vínculo próximo com um animal de estimação, especialmente cães, foi capaz de reduzir o risco de depressão e ansiedade, principalmente entre mulheres que sofreram abuso na infância.

Como estudo foi feito

O estudo envolveu 214 mulheres com idade média de 60 anos.

72,6% das participantes relataram histórico de abuso sexual ou físico na infância.

As participantes foram convidadas a preencher questionários on-line abrangentes, que foram administrados duas vezes, em março de 2013 e fevereiro de 2014.

O apego a animais de estimação medido pela Escala de Apego a Animais de Estimação de Lexington, Laps. As pontuações Laps foram encontradas em 140 participantes, sendo 78 para cães e 46 para gatos.

No geral, o maior apego ao animal de estimação foi significativamente associado a uma pontuação em transtorno de ansiedade generalizada mais baixa.

Não houve associações estatisticamente significativas entre apego ao gato e depressão ou ansiedade.

Maior apego ao cão foi associado a pontuações significativamente mais baixas em depressão, ansiedade generalizada e na medida geral de ansiedade e depressão, mas não houve associação entre apego ao cão e ansiedade fóbica.

Por que cães tiveram mais papel na redução de ansiedade?

"Usamos várias medidas diferentes para depressão e ansiedade e descobrimos, no geral, que há uma associação entre apego ao animal de estimação e resultados negativos de saúde mental. Isso significa que quanto mais apegado você for ao seu animal de estimação, menor será o risco de depressão e ansiedade", disse Eva Schernhammer, professora adjunta de epidemiologia em Harvard e uma das autoras do estudo, em entrevista à Harvard Gazette.

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A pesquisa também revelou que o apego ao animal influencia mais neste caso do que a simples posse, já que muitas pessoas têm animais de estimação, mas nem todo dono é apegado a eles.

Segundo Schernhammer, essas descobertas foram motivadas principalmente por cães porque eles constituíam a maioria dos animais de estimação do estudo —cerca de dois terços. A presença deles trouxe menores índices de ansiedade e depressão em 72% das participantes com idades entre 45 a 59 anos e que haviam passado por abuso quando crianças.

"Com gatos, não parece haver uma associação entre apego ao animal de estimação e resultados de saúde mental. Houve um número menor de entrevistados, então não podemos descartar que não vemos nada porque havia poucos gatos na pesquisa", explicou na entrevista.

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