Preta Gil anuncia retomada de tratamento; por que câncer pode voltar?

A cantora Preta Gil anunciou nesta quinta-feira (22) que voltou a tratar o câncer. Ela havia finalizado o tratamento em dezembro de 2023. Casos de recidivas podem acontecer em diferentes tipos de câncer.

O que aconteceu

Anúncio foi feito nas redes sociais. Preta Gil, 50, publicou que foi internada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para exames de rotina, que indicaram a necessidade de retomada do tratamento para o câncer.

Tratamento foi realizado durante o ano de 2023. A doença foi descoberta no início daquele ano, após um episódio de sangramento, vômito e desmaio. Os exames indicaram a presença de adenocarcinoma, um tipo de câncer no reto. Durante o tratamento, Preta teve complicações como sepse, pneumonia e pancreatite. Além de rodadas de quimio e radioterapia, a cantora foi submetida também a duas cirurgias para retirada do tumor.

Cirurgia para reconstrução simbolizou final do tratamento. Em dezembro passado, Preta passou por uma reconstrução de parte do trato intestinal e removeu a bolsa de ileostomia, que auxilia na passagem das fezes pelo intestino grosso. Na ocasião, Preta ressaltou que permaneceria em acompanhamento médico e em processo de reabilitação.

Meu corpo ficou livre de células cancerígenas. Mas sei que a cura é um processo e envolve exames periódicos, reabilitação para o funcionamento do esfíncter, muita fisioterapia... Um dia de cada vez. Preta Gil, em seu livro "Os Primeiros 50", sobre o resultado do tratamento contra o câncer realizado em 2023

Preta Gil em noite de lançamento do livro "Os Primeiros 50", em que relata o tratamento do câncer feito em 2023
Preta Gil em noite de lançamento do livro "Os Primeiros 50", em que relata o tratamento do câncer feito em 2023 Imagem: Victor Chapetta/Agnews

Recidiva: por que acontece?

Volta da doença pode acontecer com qualquer paciente. Não é possível prever quando o câncer será detectado novamente no organismo. O que se sabe é que a doença pode recidivar quando pequenas áreas de células tumorais permanecem no corpo após o término do tratamento.

Células do tumor seriam invisíveis a olho nu e indetectáveis em exames de imagem. Mas essas células podem, eventualmente, se desenvolver e crescer o suficiente para causar sintomas ou para serem localizadas por exames. Esse novo tumor pode ocorrer em outra parte do organismo ou no mesmo lugar do câncer anterior.

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Descoberta precoce pode diminuir riscos de recidiva. Geralmente, a recidiva acontece quando a doença "original" é diagnosticada em estágio mais avançado. O maior conhecimento possível sobre as características do tumor pela equipe médica também é importante para evitar uma recidiva. Quanto mais se sabe sobre os aspectos do tumor (localização, anatomia patológica, genética), menor será o risco de a doença voltar.

Remissão e acompanhamento

Cura parcial. A remissão é declarada quando não há mais indício de câncer nos exames do paciente. Nesse estágio, é fundamental manter hábitos saudáveis e consultas médicas regulares, mesmo que não haja sintomas.

Exames de rotina. Assim como Preta Gil, os pacientes permanecem seguindo um protocolo de acompanhamento rígido após a finalização do tratamento. Nos primeiros dois anos após o fim dos recursos terapêuticos, os exames clínicos e laboratoriais são mais frequentes, geralmente a cada três meses. Caso não haja indícios de novo tumor, a periodicidade dos exames passa a ser a cada seis meses e vai aumentando até chegar a exames anuais.

Cura total. Quando o paciente permanece em remissão completa por cinco anos ou mais, geralmente é considerado curado. Ainda assim, é importante ressaltar que células cancerígenas podem permanecer no corpo e se manifestar a qualquer momento.

Fonte: Daniel Cubero, oncologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

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