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'Ricas em açúcar': quais bebidas podem aumentar a gordura no fígado?

Imagem: iStock

Colaboração para VivaBem*

26/08/2024 18h06

Um estudo publicado na revista Frontiers in Nutrition no dia 21 de janeiro constatou que bebidas açucaradas, como refrigerantes, energéticos e achocolatados, podem contribuir para o acúmulo de gordura no fígado, uma condição conhecida como esteatose hepática e que pode levar a doenças graves, como a cirrose.

Os resultados ainda mostram que o consumo regular dessas bebidas aumenta a resistência à insulina, facilitando o acúmulo de gordura no fígado.

Além disso, os pesquisadores mencionam que, embora essas bebidas não contenham álcool, elas são desprovidas de nutrientes e compostas principalmente por água, açúcar e aditivos químicos.

Em contraste, bebidas como café e chá, quando consumidas sem açúcar, podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver gordura no fígado.

Estudos anteriores já indicavam que o consumo de bebidas açucaradas está ligado ao aumento de gordura no fígado e à obesidade. Diminuir o consumo desses líquidos pode reduzir significativamente a gordura no fígado, especialmente em crianças com sobrepeso e doença hepática gordurosa.

Entenda a esteatose hepática

Existem dois tipos de esteatose:

Alcoólica: provocada pelo consumo excessivo de álcool. O fígado tem a capacidade de metabolizar as moléculas de etanol para eliminar a substância do nosso organismo, mas quando a dose é alta ou ingerida em pouco tempo, os subprodutos desse processo ficam concentrados, e eles são tóxicos para as células hepáticas. Com o passar do tempo, o dano passa interferir nas funções do órgão.

Não alcoólica: provocada prioritariamente por má alimentação, sedentarismo, sobrepeso, obesidade, diabetes, colesterol e triglicérides altos, e perda ou ganho muito rápido de peso. Também pode ser causada pelo uso de certos medicamentos (hormônios e corticoides, entre outros) ou por inflamações crônicas associadas, como hepatite C ou outras doenças hepáticas.

A esteatose hepática pode gerar uma inflamação, também chamada de esteato-hepatite, que leva à morte celular e a um processo de fibrose (cicatrização). Com o passar dos anos, a condição pode progredir para cirrose hepática e também pode resultar em câncer de fígado. Em situações mais graves, o transplante é necessário.

Sintomas

Praticamente todos os pacientes com esteatose hepática não apresentam sinais ou sintomas, ou seja, a condição é silenciosa, e só é identificada em exames de rotina. Quando surgem, os sinais mais comuns são:

  • Fadiga;
  • Desconforto do lado direito superior do abdome;
  • Aumento do fígado.

Já quando existe um grau elevado de inflamação (esteato-hepatite), ou fibrose e cirrose, as manifestações podem incluir:

  • Falta de apetite;
  • Coceira;
  • Aranhas vasculares (varizes finas em formato de teia de aranha);
  • Icterícia (pele e olhos amarelados);
  • Fezes esbranquiçadas;
  • Alterações do sono.

Diagnóstico e tratamento

Na maioria das vezes, a esteatose é identificada de forma acidental em uma ultrassonografia de abdome solicitada pelo médico num exame de rotina.

O combate ao problema envolve prioritariamente mudanças no estilo de vida, com dieta saudável e prática de atividade física, a fim de se controlar o excesso de peso, a resistência à insulina, os níveis de colesterol e triglicérides e a pressão arterial. O consumo de álcool deve ser evitado mesmo para quem essa não é a principal causa do problema, já que a bebida sobrecarrega o fígado e contribui para a obesidade.

*Com informações de reportagem publicada em 01/11/2022

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