Caminhar descalço pode fazer bem aos pés, mas é preciso cuidado

Estudos indicam que caminhar descalço ou utilizar calçados minimalistas (com design simples e flexível, permitindo maior liberdade de movimentos) pode fortalecer os pés, aumentar a musculatura e aprimorar a forma de andar.

Uma pesquisa publicada na revista Nature em 2021 revelou que os participantes que usaram calçados minimalistas aumentaram a força dos pés em 57,4% em seis meses, além de melhorar o equilíbrio e diminuir o risco de quedas.

Benefícios de andar descalço:

  • Para crianças pequenas, primeiros passos com segurança e estabilidade;
  • Redução do risco de deformidades nos pés;
  • Fortalecimento de várias partes do corpo (joelhos, pernas, quadris, coluna);
  • Mais equilíbrio, propriocepção e autoconsciência;
  • Contato maior com natureza e melhora da saúde geral (imunidade, recuperação de lesões, processos inflamatórios, dores crônicas).

Surgimos com pés no chão

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Imagem: iStock

Os pés humanos são naturalmente fortes e adaptáveis, mas os calçados modernos limitam seus movimentos naturais, afetando a marcha e a estrutura dos pés.

A maioria dos calçados possui biqueiras estreitas que comprimem os dedos e solas almofadadas que reduzem a sensibilidade ao solo, levando a problemas, como má postura e colapso do arco dos pés.

"Um dos problemas dos chinelos, por exemplo, é que eles não têm tira que se prende atrás, isso então exige mais força para segurar o calçado", esclarece a ortopedista Tania Szejnfeld Mann, da Unifesp.

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Por outro lado, os calçados minimalistas imitam a sensação de andar descalço, promovendo uma pisada mais natural e saudável.

É preciso ir devagar

Embora caminhar descalço tenha benefícios, não é recomendado abandonar todos os calçados de uma vez. Uma transição rápida pode causar lesões, pois nossos pés se adaptaram aos calçados com amortecimento e perderam parte de sua força natural. Pode causar fraturas por estresse, fascite plantar, tendinite de Aquiles.

O ideal é optar por uma abordagem gradual: começar caminhando descalço em casa e em superfícies macias, depois fazer caminhadas curtas, na praia, por exemplo, aumentando a distância lentamente. Calçados minimalistas podem ajudar na transição.

Mas é bom esclarecer que caminhar descalço pode não ser adequado para todos. Além disso, não há dados conclusivos sobre como a escolha do calçado afeta a probabilidade de lesões. A abordagem deve ser personalizada, pois o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra.

Como escolher um calçado:

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  • As solas precisam absorver o impacto ao caminhar, evitando estresse em pés, tornozelos, joelhos e quadris;
  • Borracha EVA, couro ou materiais sintéticos de alta qualidade são os mais indicados. Proporcionam conforto, durabilidade e respirabilidade aos pés;
  • Não devem ser muito apertados nem muito folgados, e devem permitir algum espaço para movimentação dos dedos dos pés;
  • Sola antiderrapante garante estabilidade, especialmente em superfícies molhadas ou muito lisas;
  • Design ergonômico que se adapte à forma natural dos pés, proporcionando conforto, segurança e estabilidade.

*Com informações de reportagem publicada em 16/05/2024 e 07/07/2024

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