Covid-19: tire dúvidas sobre sintomas, tratamentos e quanto tempo dura

A covid-19 deixou de ser uma emergência de saúde de importância internacional no ano passado, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), mas o vírus segue circulando entre a população. Por isso, veja abaixo os sintomas, tratamentos e tire suas dúvidas sobre o coronavírus

O que é o novo coronavírus da covid?

É um vírus que causa uma doença respiratória —a covid-19— pelo agente coronavírus, identificado em dezembro de 2019 na China. Os coronavírus são uma grande família viral, conhecidos desde meados de 1960, que causam infecções respiratórias em seres humanos e em animais. Geralmente, infecções por coronavírus causam doenças respiratórias leves a moderadas, semelhantes a um resfriado comum. Alguns coronavírus podem causar doenças graves com impacto importante em termos de saúde pública, como a Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), identificada em 2002 e a Mers (Síndrome Respiratória do Oriente Médio), identificada em 2012.

Por que a doença foi batizada de covid-19?

"Co" significa corona, "vi" vem de vírus, e "d" representa "doença". O número 19 indica o ano de sua aparição, 2019. Esse nome substitui o de 2019-nCoV, decidido provisoriamente após o surgimento da doença respiratória. O novo nome foi escolhido por ser fácil de pronunciar e não ter referência estigmatizante a um país ou a uma população em particular.

Quais são os sintomas do coronavírus?

Os sinais e sintomas clínicos são, principalmente respiratórios, como:

Outros sintomas que podem aparecer são fadiga, dor articular, arrepios, náusea ou vômito, nariz entupido, tosse com sangue, olhos inchados, perda de olfato e/ou paladar, dores na caixa torácica, problemas de pele como urticária ou frieira nos dedos dos pés, além de problemas neurológicos.

Esses sintomas são normalmente leves e podem progredir. Muitas pessoas infectadas não desenvolvem os sintomas nem sentem-se mal. Cerca de 80% dos casos se recuperam sem tratamento especial. No entanto, 1 em cada 6 casos tem grave falta de ar. Idosos, pessoas com diabetes, pressão alta e outros problemas cardiovasculares são mais suscetíveis a desenvolver sintomas sérios.

Os médicos também têm notado que muitos pacientes sofrem com a formação de coágulos sanguíneos, AVCs e problemas cardíacos. Os cientistas da Universidade de Medicina de Nanjing (China) reportaram casos de pacientes que desenvolveram complicações urinárias e problemas renais agudos. Também observaram alterações nos hormônios sexuais masculinos, motivo pelo qual aconselham os jovens que desejam ter filhos que consultem um médico após a recuperação.

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Em crianças, a covid-19 tem causado quadros inflamatórios "multissistêmicos" raros, que se assemelham a uma forma atípica da doença de Kawasaki ou uma síndrome de choque tóxico, que ataca as paredes das artérias e pode provocar uma falência dos órgãos.

Como surgiu o coronavírus?

Novos vírus são descobertos a todo momento. Grande parte pula de outras espécies, onde passam despercebidos, para os humanos. A Sars passou para os humanos a partir de um animal selvagem conhecido como civeta (ou gato-de-algália, parente do guaxinim) —que era considerado uma iguaria na região de Guangdong, na China.

Já a Mers (Síndrome Respiratória do Oriente Médio, na sigla em inglês), que matou 858 dos 2.494 pacientes identificados com a infecção desde 2012, geralmente pula de dromedários.

Como o coronavírus se transmite?

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer por contato pessoal com secreções contaminadas, como:

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  • gotículas de saliva;
  • espirro;
  • tosse;
  • catarro;
  • contato pessoal próximo, como toque, abraço ou aperto de mão;
  • contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Pessoas a menos de um metro e meio de um indivíduo infectado correm maior risco de inalar essas gotículas.

Posso espalhar o coronavírus mesmo sem sintomas?

Sim. Às vezes, esse tipo de transmissão é chamado de "disseminação pré-sintomática", o que significa que uma pessoa continuará desenvolvendo sintomas. Em outros casos, conhecido como "disseminação assintomática", em que um indivíduo nunca desenvolve sintomas, mas ainda pode ser contagioso. A disseminação assintomática pode representar até um quarto das transmissões do vírus e, segundo o CDC dos EUA, cerca de 35% das pessoas infectadas são assintomáticas.

Um estudo da revista Nature, publicado em abril de 2020, descobriu que pessoas com queixas menores —tosse leve, dor de cabeça, febre baixa— são mais contagiosas nos estágios iniciais de sua doença, logo antes do início dos sintomas ou nos primeiros dias.

O coronavírus pode ser transmitido pelos alimentos?

A resposta é: não há nenhuma evidência a esse respeito. A Autoridade Europeia de Segurança dos Alimentos (European Food Safety Authority - EFSA), quando avaliou esse risco em outras epidemias causadas por vírus da mesma família, concluiu que não houve transmissão por alimentos.

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De acordo com a OMS, o comportamento do novo coronavírus deve ser semelhante aos outros tipos da mesma família. Assim sendo, ele precisa de um hospedeiro —animal ou humano— para se multiplicar. Além disso, esse grupo de vírus é sensível às temperaturas normalmente utilizadas para cozimento dos alimentos (em torno de 70ºC).

No caso de alimentos que são habitualmente consumidos crus, deve-se ter atenção redobrada com a procedência e a higiene.

O coronavírus mata?

Sim. A morte pode ocorrer por complicações da infecção, principalmente respiratórias. Nos casos mais graves, a pessoa pode ter que ser intubada e passar semanas na UTI (unidade de terapia intensiva), mas vale ressaltar que leva tempo até que uma infecção resulte em recuperação ou morte.

Quem corre mais riscos?

De longe, os idosos —especialmente pessoas acima de 80 anos com condições médicas subjacentes, como doenças cardíacas, diabetes ou doenças pulmonares— são mais vulneráveis a complicações do coronavírus.

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Pessoas mais jovens, no entanto, ainda são suscetíveis a complicações graves da covid-19. As comorbidades também são um fator de risco: pessoas com obesidade, diabetes e pressão alta correm um risco maior de complicações do coronavírus, de acordo com um grande estudo de pacientes hospitalizados.

Criança também pega coronavírus?

Os casos de covid-19 em crianças são raros e, na maioria das vezes, a doença é leve. Em casos raros, no entanto, crianças com covid-19 podem ficar muito doentes e várias mortes foram relatadas. Muitos que ficam muito doentes têm condições médicas subjacentes.

Desinfetante mata o coronavírus?

Sim. O CDC, dos EUA, sugere que qualquer pessoa exposta a um paciente infectado limpe todas as superfícies de "alto toque", como balcões, mesas, maçanetas, utensílios de banheiro, banheiros, telefones, teclados, tablets e mesas de cabeceira.

Os agentes de limpeza podem incluir um desinfetante doméstico comum. Pode ser feita uma versão caseira, usando 4 colheres de chá de água sanitária para 1 litro de água.

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Especialistas dizem que quando você pulveriza desinfetante ou usa panos higienizantes, é importante deixar a solução secar na superfície, em vez de limpá-la.

Como se prevenir e evitar o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool, como álcool em gel.
  • Usar máscara ao sair de casa.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo, ou com o antebraço.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
  • Evitar abraços, beijos e apertos de mãos.
  • Manter distância de até 1,5 metro das pessoas.

Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Diferentemente do informado em versão anterior deste texto, a pandemia de covid-19 não acabou. A OMS declarou em 2023 que a pandemia de covid-19 deixou de representar uma emergência de saúde global. A informação foi corrigida.

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