Maidê Mahl vivia luto pela irmã: como ajudar quem sofre por uma perda?

A atriz Maidê Mahl, 31, que foi encontrada debilitada e sozinha em um quarto de hotel nesta quinta-feira (5) em São Paulo, vivia o luto pela perda da irmã, que morreu de câncer em maio deste ano. A mãe contou à imprensa que a artista "ficou abalada", mas estava bem, sem uso de remédios psiquiátricos.

Cada luto é diferente

A experiência do luto é muito individual. Sentimentos complexos podem surgir, como tristeza profunda, dor, raiva, negação, culpa e sensação de vazio. A intensidade da dor e a forma como cada um vivenciará a perda devem sempre ser respeitadas.

Por isso, é preciso cuidado ao comparar lutos. A maneira como a pessoa vai lidar com a perda tem a ver com seus recursos simbólicos, emocionais e sua trajetória de vida.

Os jeitos de manifestar os sentimentos podem ser diferentes também. Às vezes, a pessoa fica mais retraída, lidando com o sentimento de forma muito interna, sem expressá-los a outras pessoas.

Como ajudar os enlutados

Ajudar uma pessoa enlutada é uma tarefa complexa, pois envolve empatia e compreensão de sentimentos diversos. O primeiro passo é oferecer apoio e escuta ativa, sem julgamentos.

Outras formas de tornar esse momento mais leve e menos desafiador:

  • Reconhecer a dor alheia e não minimizar a perda.
  • Ajudar nas tarefas do dia a dia, como cozinhar ou fazer compras.
  • Respeitar o ritmo e o tempo do enlutado. É fundamental não pressionar a pessoa para superar a perda rapidamente.
  • Escutar o que a pessoa deseja fazer: ficar sozinha ou ter companhia.
  • Incentivar o autocuidado. De forma gentil, confira se o enlutado está conseguindo realizar hábitos de higiene, como tomar banho ou escovar os dentes.
  • Reforce a importância do apoio profissional.
  • Mantenha sempre contato e mostre que se importa.
  • Evite julgamentos e frases clichês, como "ele está em um lugar melhor agora" ou "foi melhor assim".
  • Não compare a dor de uma pessoa com a outra.

O luto não elaborado por trazer riscos. Quando a perda não é processada, pode haver impactos negativos para a saúde mental e física, como:

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  • Depressão
  • Ansiedade
  • Transtorno de estresse pós-traumático
  • Dificuldade em formar novos relacionamentos
  • Sentimentos persistentes de culpa ou raiva
  • Problemas de sono e apetite
  • Imunidade enfraquecida
  • Dores corporais inexplicáveis
  • Aumento do risco de condições crônicas, como doenças cardíacas.

Quando procurar ajuda especializada

Quem está ao redor da pessoa enlutada deve ficar atento a alguns sinais que indicam quando é hora de buscar apoio profissional. São eles:

  • Quando os sintomas persistem e não diminuem com o passar do tempo.
  • Se a pessoa está com dificuldade para retomar a vida diária e as responsabilidades, se afastando de contatos sociais.
  • Outro indício é quando ela começa a ter comportamentos autodestrutivos, como abusar de álcool e drogas, colocar-se em situações de perigo, praticar a automutilação ou pensar em suicídio.

É preciso também reconhecer a diferença entre luto e depressão, o que será feito por profissionais, que saberão indicar a ajuda necessária em cada situação.

Atualmente, existem profissionais especialistas em luto que ajudam os indivíduos a lidarem melhor com a perda. A terapia do luto visa dar acolhimento e fazer com que o enlutado expresse seus sentimentos, aceite e se adapte a essa nova realidade.

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*Com informações de reportagem publicada em 19/06/2024

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