Tem algum tipo de alimento que é melhor evitar no calor?
Colaboração para VivaBem
13/09/2024 12h21
Quando o calor é exagerado, muita gente reclama de dor de cabeça, tontura, sonolência, fraqueza, cansaço, falta de energia, pressão baixa, indisposição, suor excessivo e desidratação. Mas será que esse mal-estar todo pode estar relacionado à alimentação? A resposta é sim.
Antes de entender essa relação, é importante saber o que acontece no organismo durante períodos de calor intenso.
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De forma inteligente, nosso corpo trabalha para manter a temperatura em torno dos 36ºC. Se o dia estiver muito quente, o organismo lança mão de meios para diminuir o calor, como o suor, que faz com que a gente perca água e sais minerais, e a vasodilatação, que leva o sangue a circular mais na região da pele.
A digestão mais lenta é outro mecanismo usado para manter a temperatura interna. "Num dia quente, o sangue tem que estar circulando para promover a regulação térmica, por isso ele pode ser menos efetivo na circulação gástrica", explica Celso Cukier, médico nutrólogo do Hospital Albert Einstein.
Ou seja, o esvaziamento do estômago demora mais tempo para acontecer. É por isso que comidas "pesadas" não são indicadas quando enfrentamos uma onda de calor, porque elas ficam paradas no estômago.
Quando o clima está assim, devemos evitar alimentos gordurosos e receitas preparadas com muitos condimentos, que podem causar desconforto abdominal, cólicas e mal-estar. Portanto, carnes gordurosas, frituras, molhos, pratos à milanesa e alimentos industrializados devem sair do cardápio quando o sol está forte.
Algumas pessoas também sentem um desconforto quando comem demais nos períodos mais quentes do ano. Se a quantidade de alimentos for muito grande, o estômago que já está trabalhando devagar fica ainda mais lento. E a digestão demora mais. Por isso não se deve comer tanto. Comidas e bebidas quentes também podem causar um incômodo porque aumentam a transpiração e a sensação de calor. É bom evitar.
E o que faz bem?
O ideal é que esses alimentos sejam substituídos por verduras, legumes, frutas, cereais integrais, frango, peixes e frutos do mar. "A regra de ouro é dar preferência sempre a alimentos in natura e minimamente processados", orienta a nutricionista Adriella Camila Furtado, mestre em alimentação e nutrição pela UFPR (Universidade Federal do Paraná).
Alimentos frescos e ricos em água, vitaminas e minerais, como a melancia, o abacaxi, a laranja e a abobrinha italiana, além de nutrir, ajudam a hidratar o corpo e facilitam a digestão. Por esse motivo, eles podem e devem estar presentes de forma abundante nas refeições. Da mesma forma que as saladas.
O corpo pede água
Ela é mais importante do que você imagina, principalmente quando o calor é tamanho que temos a sensação de estar num forno. Ou quando sentimos a secura na pele. Como ocorre uma perda maior de água e sais minerais pelo suor, a reposição de líquido é a melhor forma de se proteger de uma desidratação. Lembrando que quando a sede aparece, esse processo já começou. E que nem todas as bebidas são eficientes para manter o corpo hidratado. A água é sempre a melhor opção.
Mas outras bebidas podem auxiliar nesses dias muito quentes, mas é importante que sejam ingeridas com moderação e levando em consideração seu estado de saúde. São elas:
- Água de coco
- Bebidas isotônicas
- Chá gelado
- Sucos naturais
Já refrigerante e bebidas alcoólicas devem ser evitadas.
"Ainda que refrigerantes e vários tipos de bebidas adoçadas possuam alta proporção de água, por conterem açúcar ou adoçantes artificiais e vários aditivos, não podem ser considerados fontes adequadas para hidratação", afirma Furtado.
"O álcool pode promover uma desidratação naturalmente. E se a gente não se hidratar, vai sofrer um processo de desidratação mais intenso. Pode ter uma queda de pressão, dor de cabeça, fraqueza, tontura e até mesmo um desmaio porque perdeu muito calor", enfatiza Cukier.
*Com informações de reportagem publicada em 31/10/2019