7 sinais que os pais devem observar no comportamento dos filhos
Mudanças no comportamento e nos hábitos são comuns durante o processo de desenvolvimento das crianças e podem ocorrer quando elas passam por alterações ou desconforto na rotina. No entanto, há sinais que podem mostrar algo mais sério, indicando algum tipo de sofrimento nelas, e que os pais devem ficar atentos:
1. Dificuldade de adaptação
No início da vida escolar, é natural que os pequenos estejam desconfortáveis, inseguros e chorem ao se separar dos pais. No entanto, se o sofrimento persistir após a fase de adaptação, é importante avaliar o que está acontecendo.
A fase de adaptação na escola é essencial para a criança se sentir segura no novo espaço. Durante o período, é recomendado que os pais analisem o tratamento e atenção dos profissionais e percebam o ambiente: se há muitas crianças chorando, como é o acolhimento nestas situações, por exemplo.
2. Choro com muita frequência
Segundo a pediatra Daniela Piotto, sobretudo em bebês, o choro é uma demonstração de sofrimento. Quando a criança chora muito (como ao ser deixada na escola, com alguém, ou perto do momento de ir para algum lugar), algum aspecto do ambiente pode torná-lo um espaço aversivo ou intimidador.
"Bebês e as crianças até os 2 anos não verbalizam e sentem muito o ambiente. Se não é favorável, não são acolhidas, há negligência, a criança chora mesmo", indica Piotto, do Fleury Medicina e Saúde.
3. Não querer papo ou interação
A psicóloga infantil Rosa Mariotto explica ser natural os pequenos não compartilharem tudo o acontece com eles, seja na escola, ou em brincadeiras com amiguinhos. Também é corriqueiro que cheguem em casa cansados após um dia de atividades. No entanto, quando estão visivelmente sem energia, evitando qualquer tipo de conversa e interação, é indicado investigar o que está por trás.
"Cansaço sofrido é diferente. A própria expressão da criança sofre uma melancolização. É importante notar isso: ao chegar da escola, ela brilha os olhos ou não?", atenta Mariotto, doutora em psicologia escolar e desenvolvimento humano pela USP (Universidade de São Paulo).
4. Querer agredir e ofender
Junto às demais alterações comportamentais, a criança fica agressiva com os colegas, familiares e, principalmente, com os pais, pois pode acreditar que eles contribuem para que ela esteja em um ambiente nocivo ou em sofrimento.
5. Mudanças no dormir e comer
São indícios muito comuns quando algo não vai bem. "Normalmente, em especial bebês, as crianças sinalizam que algo não vai bem quando alteram seus ritmos e fluxos", indica Mariotto.
É possível que a criança acorde com frequência ou pegue no sono tarde, pois é o momento em que está totalmente entregue aos cuidados de alguém. "Ela precisa ter segurança de que vai ser bem olhada", diz a psicóloga.
6. Se queixar sem estar doente
Há ainda quadros de sintomatização sem causa biológica, ou seja, quando não há qualquer alteração de saúde. Nestes casos, o sofrimento psicológico causa sinais que o corpo demonstra por meio de sintomas. É o caso, por exemplo, de dores de cabeça, barriga e nos membros (pernas e braços). Também são bastante comuns crises de vômitos e febre conforme se aproxima o momento de ir à escola.
"As crianças ficam muitas vezes doentes sem causa biológica. Ela não consegue verbalizar ainda, dizer que brigou com um amiguinho, mas o corpo fala. Vêm comportamentais e a questão física. A febre, dor de cabeça, de barriga", descreve a pediatra Daniela Piotto.
7. Atraso nas habilidades adquiridas
De acordo com Piotto, outro sinal possível é o atraso nos marcos de desenvolvimento. A escola funciona como um espaço de estimulação para diversos aprendizados. Quando a criança sofre negligência e o espaço não é de acolhimento, a tendência é que ela não tenha incentivo e interesse para aprender e se relacionar.
"Uma criança que não gosta da escola, não vai interagir. Ela aprende com outras crianças e precisa da interação, mas se tem medo do ambiente e não se sente estimulada, apresenta impacto no desenvolvimento emocional, psicomotor, na linguagem e aprendizagem", destaca a pediatra.
*Com informações de reportagem publicada em 20/05/2022
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