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Cuidar da mente para uma vida mais harmônica


Medo de falar em público? Veja truques para superar essa barreira

Imagem: Getty Images/iStockphoto

Colaboração para VivaBem

18/09/2024 15h31

As mãos suam, as pernas tremem, o coração acelera, a voz enrosca na garganta, os pensamentos desaparecem. Esses são alguns dos sintomas de um medo comum para muitos de nós: falar em público.

Falar em um palco para uma plateia ou até mesmo em um vídeo nas redes sociais pode causar uma grande sensação de desconforto. "Como será?", "O que vão pensar de mim?", "E se eu esquecer o que tenho de falar?", "E se fizerem uma pergunta que não sei responder?", "E se eu gaguejar?"

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São tantos os questionamentos que podem resultar em sentimentos de insegurança, ansiedade, vergonha. A possibilidade de fracasso gera a vontade de fugir para não se expor, e isso costuma impedir a pessoa de alcançar seus objetivos, sejam eles pessoais ou profissionais. Mariza Menegasso Lencioni, psicóloga da plataforma Vittude.

O receio de cometer gafes e de passar uma imagem de que não se sabe o que está falando tem um motivo. Segundo Vivian Rio Stella, doutora em linguística pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e idealizadora da VRS Academy, ao falar em público, expressamos para as pessoas nosso domínio sobre um tema, um processo, uma ideia, um negócio. "É como se fosse a validação de um saber, com direito a comitê julgador ali na sua frente. Porque, sim, as pessoas nos avaliam o tempo todo, em especial quando somos o centro da atenção", diz.

Ela destaca que ao conduzir reuniões e apresentar ideias, estamos diante da imprevisibilidade do que podem nos questionar, de como podem nos avaliar a partir das escolhas que fizemos ao elaborar o conteúdo. Por isso é tão valioso quando sabemos conduzir situações como essas com eficiência, naturalidade e credibilidade.

Características de um bom orador

Imagem: iStock

De acordo com Rachel Polito, diretora e professora do curso de expressão verbal do Instituto Reinaldo Polito, quando assistimos a uma apresentação e gostamos muito, é porque o orador tem pelo menos algumas das seguintes características:

1. Bom humor: ser bem-humorado não significa contar piadas — isso nunca será obrigatório. No entanto, ter presença de espírito, saber rir e brincar, até mesmo com situações que possam surgir no momento, sempre serão boas características.

2. Saber contar histórias: independentemente da profissão, os melhores oradores são bons contadores de histórias. Aprendemos mais com exemplos e as histórias nos prendem mais. Somos curiosos e a chance de fixar uma informação se torna ainda maior.

3. Bom ritmo e alternância da intensidade e velocidade da fala: não gostamos de ver ninguém com fala desanimada e com o mesmo tom de voz o tempo todo. É preciso demonstrar entusiasmo.

4. Boa postura e gesticulação: isso não significa que existe certo ou errado. O que precisamos entender é que sempre que utilizamos os gestos a nosso favor, a mensagem fica mais poderosa.

5. Boa organização do pensamento: saber o que vai falar e ter confiança para desenvolver o assunto até a conclusão é essencial para uma excelente apresentação, seja ela de 10 minutos ou uma hora.

Como vencer o medo e se sentir mais confiante

Imagem: Getty Images

Para Rachel Polito, não existe nada melhor em comunicação do que treino e prática. "Aquele que foge das apresentações o tempo todo jamais se sentirá seguro e confiante para falar em público", diz.

E diferente do senso comum, timidez e introversão não são impeditivos para fazer uma boa apresentação. O mais importante é saber que a apresentação é fruto de um bom planejamento.

Dedicar-se a elaborar uma mensagem consistente, com um roteiro adequado ao contexto e ao público, permite que todas as pessoas, inclusive as tímidas, falem com mais confiança.

Para isso, a dica da doutora em linguística, Vivian Rio Stella, é planejar com antecedência e com critérios, como:

  • Distinção entre tema, objetivo e mensagem central;
  • Tópicos condizentes com o objetivo e a plateia;
  • Formas de começar, encadear as ideias e concluir a mensagem.

Além disso, no dia da apresentação, vale chegar ou conectar com antecedência, fazer testes para estar realmente presente e conectado com as pessoas e não com intercorrências técnicas. "Olhar para as pessoas, usar o espaço, o corpo e a voz a favor da naturalidade, para passar convicção, são essenciais. E a habilidade é aprimorada quanto mais a pessoa treina, exercita, vivencia situações de apresentação, reflete sobre o que funcionou ou não", diz.

Principais erros

  • Não organizar a fala: Segundo a professora do Instituto Reinaldo Polito muitas pessoas acabam acreditando que, por conhecer muito o assunto, não há necessidade de organizar a mensagem. "Você só falará por conhecer o assunto, mas a sua fala só terá qualidade se você organizar o raciocínio", enfatiza.
  • Vícios de linguagem: Sem organizar o pensamento, os vícios de linguagem aparecem com mais frequência: "Né?", "Tá?", "Tipo". E principalmente os vícios por falta de fluência: "ééééé", "ããããããã", "humm", no meio das pausas.
  • Tom desajustado: "Falar muito baixo ou muito alto também é um erro e a fala desanimada é outro terrível. Demonstrar vontade por aquilo que estamos falando é importante para prender a atenção do outro", recomenda Rachel Polito.
  • Muita informação: Vivian Rio Stella sugere calibrar a quantidade de informações. "Tendemos a colocar mais conteúdo do que é possível apresentar no tempo, como se mais fosse melhor. Mas a lógica 'menos é mais' é valiosa ao apresentar", salienta.

*Com informações de reportagem publicada em 21/07/2022

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